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Economia

Ipea revisa projeção para IPCA de 5,1% para 4,8% em 2023

No IPCA, usado como referência para o sistema de metas de inflação perseguido pelo Banco Central, os preços monitorados foram revistos

Redação Jornal de Brasília

27/09/2023 15h35

Foto: Divulgação

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) reduziu nesta quarta-feira, 27, as projeções para a inflação brasileira em 2023. A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 5,1% e 4,9%, enquanto a do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) caiu de 4,8% e 4,5%. Ambos os indicadores são apurados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Apesar da alta mais forte esperada para os preços administrados, o comportamento mais benevolente dos preços livres possibilitou o recuo das previsões de inflação”, explicou o Ipea, em nota.

No IPCA, usado como referência para o sistema de metas de inflação perseguido pelo Banco Central, os preços monitorados foram revistos de uma alta de 7,9% para 10% em 2023. No entanto, as projeções para todos os demais componentes diminuíram: alimentos no domicílio passou de alta de 3,7% para queda de 0,7%; bens livres (exceto alimentos), de aumento de 2,4% para 2,2%; e serviços, de elevação de 5,6% para 5,1% (educação, de 8,5% para 8,3%, e os demais serviços, de 5,1% para 4,6%).

“Ao longo do último trimestre, o cenário de inflação no país voltou a surpreender favoravelmente, mesmo diante de uma aceleração dos índices de preços ao consumidor acumulados em doze meses. Após registrar alta de apenas 3,2% em junho, a curva de inflação brasileira, em doze meses, medida pelo IPCA, avançou para 4,6%, em agosto, refletindo a reversão – já esperada – da trajetória de deflação dos preços administrados. 

Por certo, o efeito estatístico proveniente da exclusão das fortes quedas dos preços administrados em junho e julho de 2022 – em função das desonerações e mudanças tarifárias ocorridas neste período do ano passado – fez com que a taxa de inflação desse segmento, acumulada em doze meses, saltasse de -1,3%, em junho, para 7,7%, em agosto”, apontou a Carta de Conjuntura do Ipea. “Em contrapartida, o desempenho melhor que o projetado anteriormente para os preços livres, especialmente para os alimentos no domicílio, compensou, pelo menos em parte, a alta dos preços administrados, impedindo um aumento ainda mais significativo do IPCA”, completou.

No INPC – que calcula a inflação percebida pelas famílias de mais baixa renda, com rendimento de um a cinco salários mínimos -, os preços monitorados foram revistos de uma alta de 7,6% para 9,7% em 2023; os alimentos no domicílio, de alta de 3,5% para queda de 0,8%; bens livres (exceto alimentos), de aumento de 2,7% para 2,6%; e serviços, de elevação de 5,7% para 5,3% (educação, de 8,3% para 8,2%, e os demais serviços, de 5,3% para 4,9%).

“Por fim, o balanço de riscos para a consolidação deste cenário de projeções mais bem-comportadas não descarta o surgimento de focos de pressão inflacionária adicionais, associados, sobretudo, a mudanças mais fortes na trajetória das commodities, especialmente as energéticas, no mercado internacional, e à aceleração mais intensa da taxa de câmbio. Adicionalmente, a suspensão das exportações russas de óleo diesel pode se constituir em um importante ponto de compressão sobre os custos de frete, impactando, por conseguinte, a inflação dos alimentos e dos bens industriais”, ponderou o Ipea.

Estadão Conteúdo

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