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Economia

Guedes vê ‘crime’ e diz que Senado deu ‘péssimo sinal’ ao derrubar veto a reajuste de servidores

O veto ainda passará por votação na Câmara dos Deputados nesta quinta-feira, 20. Somente após essa votação é que a decisão vai ser definitiva no Congresso Nacional

Redação Jornal de Brasília

20/08/2020 5h56

(FILES) In this file picture taken on January 12, 2019 Brazilian President Jair Bolsonaro (L) listens to his Economy Minister Paulo Guedes during a ceremony to sanction of a law that will offer lower bank rates for people who do not have debts, at Planalto Palace in Brasilia. – The Brazilian economy slowed in President Jair Bolsonaro’s first year in office, according to official data released on March 4, 2020, disappointing news for markets that had bet on the far-right leader to engineer an economic take-off. (Photo by EVARISTO SA / AFP)

O ministro Paulo Guedes, da Economia, criticou na noite desta quarta-feira, 19, a decisão do Senado de derrubar o veto do presidente Jair Bolsonaro ao reajuste de salários de servidores durante a pandemia do coronavírus. Ele disse que o Senado deu “um péssimo sinal” e classificou a decisão como “um crime contra o País”.

Em uma derrota para o governo, os senadores derrubaram o veto do presidente à medida que permite reajuste salarial para algumas categorias do funcionalismo público até o final de 2021. A proposta foi aprovada pelo Congresso dentro do socorro financeiro a Estados e municípios, mas acabou barrada pelo Palácio do Planalto.

O veto ainda passará por votação na Câmara dos Deputados nesta quinta-feira, 20. Somente após essa votação é que a decisão vai ser definitiva no Congresso Nacional. O Ministério da Economia calcula que a derrubada compromete uma economia fiscal entre R$ 121 bilhões e R$ 132 bilhões, que poderiam ser poupados em 12 meses, dos quais R$ 31 bilhões só para a União.

“Colocamos muito recurso na crise da saúde, e o Senado deu um sinal muito ruim permitindo que justamente recursos que foram para a crise da saúde possam se transformar em aumento de salário. Isso é um péssimo sinal. Temos que torcer para a Câmara conseguir segurar a situação”, afirmou Paulo Guedes, depois de se reunir com o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.

“Pegar dinheiro de saúde e permitir que se transforme em aumento de salário para o funcionalismo é um crime contra o País”, afirmou.

Guedes ainda classificou como “péssimo sinal” o fato de o veto ter sido derrubado pelo Senado, onde deve iniciar a tramitação da proposta de medidas de contenção de despesas, focada principalmente em cortes no funcionalismo, para manter de pé o teto de gastos, regra que atrela as despesas à inflação. “É um desastre, é preocupante porque o Senado é a casa da República. É onde os representantes têm que defender a República”, queixou-se.

O ministro afirmou que seria “irresponsabilidade” se Bolsonaro não tivesse vetado o artigo que permitia os reajustes. “Foi um veto importante que o presidente fez, justamente em um momento decisivo, justamente esse gasto extraordinário que tivemos este ano, para preservar vidas, preservar empregos, isso correr o risco de se transformar em aumento de salário. Seria um sinal de irresponsabilidade e o presidente justamente vetou”, declarou.

Casa Verde Amarela

Após a reunião com Guedes, o ministro do Desenvolvimento Regional afirmou que o governo lançará na próxima semana um novo programa habitacional que se chamará Casa Verde Amarela.

Segundo o ministro, com a redução da remuneração do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) será possível reduzir a taxa de juros e incluir quase 1 milhão de famílias no sistema habitacional. Marinho afirmou que essa remuneração hoje é de cerca de 5%, e que a ideia é cortar essa taxa em meio ponto percentual.

“Estamos utilizando a própria gestão do fundo de garantias para diminuir a remuneração do fundo, porque nesse momento o fundo está pagando 5% contra uma taxa Selic de 2%. Não estamos reduzindo nada substancial, vai ser meio por cento mais ou menos”, afirmou.

Estadão Conteúdo

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