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Economia

Governo Lula retira ações remanescentes da Eletrobras de plano de desestatização

A decisão foi publicada no Diário Oficial da União e segue orientação de julho do Conselho do Programa de Parceria e Investimentos -que necessitava de aval de Lula

Redação Jornal de Brasília

17/08/2023 10h03

Foto: Pilar Olivares/Reuters

RENATO MACHADO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retirou nesta quinta-feira (17) as ações remanescentes da Eletrobras do Programa Nacional de Desestatização.

A decisão foi publicada no Diário Oficial da União e segue orientação de julho do Conselho do Programa de Parceria e Investimentos -que necessitava de aval de Lula.

Ela também ocorre na semana em que a empresa viveu uma troca no seu comando, além da ocorrência de um apagão que afetou 25 estados e o Distrito Federal. Petistas e aliados de Lula buscaram ligar o processo de privatização ao problema no sistema de energia.

Além do programa que trata das privatizações, o decreto também retira as ações remanescentes da Eletrobras do PPI (Programa de Parceria de Investimentos da Presidência da República).

A privatização da Eletrobras se deu em julho do ano passado, último ano da gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL). A desestatização já foi criticada em vários momentos por Lula, desde o período eleitoral, e também por sua equipe.

Petistas buscaram associar a privatização da Eletrobras com o apagão que atingiu todas as regiões e só foi totalmente restabelecido após seis horas. A primeira-dama Rosângela Lula da Silva, a Janja, usou suas redes sociais para criticar a privatização da estatal .

“A ELETROBRAS FOI PRIVATIZADA EM 2022. Era só esse o tuíte”, escreveu a primeira-dama em suas redes sociais.

Assim como Janja, o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), também culpou a venda do controle da empresa.

“A conta da privatização irresponsável da Eletrobras chegou: apagão em 25 estados e no DF. Em 2020, vivemos as consequências criminosas da privatização no setor elétrico no Amapá – foram 22 dias de apagão, que afetou comércio, serviços, hospitais e escolas, gerando prejuízos incalculáveis a toda a população”, escreveu o senador.

“No Brasil, vimos hoje o infeliz resultado da venda da Eletrobras a preço de banana no governo Bolsonaro, que comprometeu a segurança energética do nosso país”, completou.

Na manhã de terça-feira (15), uma falha no sistema nacional de energia afetou afetou o fornecimento de luz em estados de todas as regiões do país, na manhã desta terça-feira (15), interrompendo 18,9 mil MW de carga.

Boletim de operação do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) diz que sete estados tiveram o fornecimento de energia totalmente interrompido após a perturbação da rede.

Outros 18 foram afetados apenas parcialmente, a maior parte deles de forma controlada, com o acionamento do sistema automático de proteção do sistema elétrico, chamado Erac (esquema regional de alívio de carga).

Um dia antes, na noite de segunda-feira (14), o presidente da Eletrobras Wilson Ferreira Júnior havia pedido renúncia, segundo um comunicado da empresa ao mercado.

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