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Economia

Dólar tem queda global e ante o real com alta de commodities por China

Operadores relatam um apetite leve por moedas mais arriscadas induzido por medidas da China, como intervenção com venda de dólares para minimizar a desvalorização da moeda local

Redação Jornal de Brasília

17/08/2023 9h57

O dólar tem queda global e frente o real na manhã desta quinta-feira, 17, diante da valorização de commodities e o alívio nos retornos dos Treasuries de dois anos. O minério de ferro subiu 4,34% em Dalian, na China, cotado a US$ 105,09 a tonelada. Já os preços futuros do barril de petróleo subiam mais de 1%. O recuo da moeda americana reflete uma realização, após ganhos recentes acumulados.

Operadores relatam um apetite leve por moedas mais arriscadas induzido por medidas da China, como intervenção com venda de dólares para minimizar a desvalorização da moeda local e mais promessas de apoio financeiro do Banco do Povo da China (PBoC) para dívida de governos locais, moradia popular, após sinais de contágio da crise imobiliária no setor financeiro.

A companhia Zhongzhi, da China, afirmou a investidores que enfrenta uma crise de liquidez e que conduzirá uma reestruturação da dívida, segundo uma gravação em vídeo de uma reunião. A Zhongzhi é uma empresa importante de gerenciamento de riquezas no país. Sediada em Pequim, ela informou sobre os problemas em reunião com investidores nesta quarta-feira, registrada em vídeo.

Os pagamentos não realizados da Zhongrong International e seu segundo principal acionista, Zhongzhi Enterprise, não parecem representar um grande risco de contágio por enquanto, diz a CreditSights. A Zhongrong supostamente deixou de pagar produtos fiduciários em vencimento, disseram os analistas Zerlina Zeng e Karen Wu da CreditSights.

A mídia informou que as plataformas de gestão de patrimônio de Zhongzhi também deixaram de pagar aos investidores. Como o valor de mercado da Zhongrong e os fundos afetados são bastante pequenos, com resgates um tanto inflexíveis, o contágio deve ser contido por enquanto. Ainda assim, o sentimento do mercado vai piorar ainda mais, em um possível teste para a estabilidade financeira, aponta a empresa de pesquisa de mercado.

Na renda fixa, os juros mais longos adotam viés positivo, acompanhando as taxas dos títulos do Tesouro americano de dez e 30 anos, ajudando a limitar a valorização do real e pares emergentes ante o dólar. Neste caso, pesam as expectativas de mais aperto de juros do Federal Reserve, após sinais “hawkish” da ata da última reunião do BC americano, divulgada ontem á tarde, embora também indique que os dirigentes pretendem reagir aos indicadores em suas próximas decisões.

O CME Group apontava mais cedo 86,5% de chance de manutenção dos juros americanos na faixa de 5,25% a 5,50% em 20 de setembro, após a ata do Fed.

Às 9h40 desta quinta, o dólar à vista caía 0,29%, a R$ 4,9722. O dólar para setembro caía 0,34%, a R$ 4,9855.

Estadão Conteúdo

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