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Economia

Dólar sobe de olho em aversão ao risco no exterior e reformas locais

Lá fora, há expectativas de alta de juros em breve nos EUA, após a ata do Federal Reserve divulgada ontem à tarde e de uma pausa no aperto em junho

Redação Jornal de Brasília

06/07/2023 10h40

O dólar à vista ajusta-se em alta, após iniciar os negócios com viés de baixa, diante dos sinais de possível votação da reforma tributária em primeiro turno na Câmara na noite desta quinta-feira, 6, e da queda do índice DXY do dólar ante seis moedas principais. O sinal de alta predomina em meio ao avanço dos juros futuros, acompanhando os retornos dos Treasuries e de títulos europeus, em meio à aversão a risco no exterior.

Lá fora, há expectativas de alta de juros em breve nos EUA, após a ata do Federal Reserve divulgada ontem à tarde e de uma pausa no aperto em junho, para avaliar o ritmo da desaceleração da inflação americana. Há ainda expectativas por vários dados de emprego e de atividade no setor de serviços nos EUA, antes do relatório payroll que sai nesta sexta, 7.

Os dados de emprego no setor privado nos EUA reforçam a chance de retomada do aperto monetário no país. O setor privado dos Estados Unidos criou 497 mil empregos em junho, segundo pesquisa com ajustes sazonais divulgada hoje pela ADP. O resultado veio bem acima da expectativa de analistas consultados pela FactSet, de geração de 250 mil postos de trabalho no mês passado. Já o número de empregos criados em maio foi revisado para baixo, de 278 mil a 267 mil. A pesquisa da ADP, que adotou nova metodologia no ano passado, também mostrou que os salários no setor privado tiveram expansão média anual de 6,4% em junho.

Euro, libra e iene sobem ante a divisa americana, que passa por uma realização no exterior após subir com a ata do Fed ontem. As moedas europeias ganham suporte das perspectivas de mais altas de juros na região para combater a inflação resiliente, apesar dos temores de recessão.

Em ata de política monetária divulgada na quarta-feira, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) não apenas reforçou a mensagem de que pretende retomar o ciclo de aumento de juros, como mostrou que seus dirigentes ficaram divididos na decisão que deixou os juros americanos inalterados, na reunião de junho. Na ocasião, alguns dirigentes do BC americano defenderam nova alta de 25 pontos-base dos juros, segundo o documento.

Mais cedo, foram divulgados indicadores europeus relevantes. Na zona do euro, as vendas no varejo ficaram estáveis em maio, frustrando previsão de avanço. Já na Alemanha, também em maio, as encomendas à indústria subiram bem mais do que o esperado, o que ajudou a impulsionar os juros de bônus soberanos europeus.

Às 9h31 desta quinta, o dólar à vista subia 0,52%, a R$ 4,8733. O dólar para agosto ganhava 0,53%, a R$ 4,8980.

Estadão Conteúdo

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