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Economia

Dólar sobe a R$ 4,8029, em meio a alta global por temor de Fed mais duro

Em contrapartida, altas dos preços do petróleo e relatos de fluxo estrangeiro mantiveram a elevação da divisa aqui abaixo da observada globalmente

Redação Jornal de Brasília

20/07/2023 18h01

Dólar

Foto: Reprodução/ Flickr

O dólar à vista avançou 0,36% em relação ao real nesta quinta-feira, 20, a R$ 4,8029, refletindo o aumento da chance de um aperto monetário maior por parte do Federal Reserve (Fed) após dados mais fortes do mercado de trabalho americano. Em contrapartida, altas dos preços do petróleo e relatos de fluxo estrangeiro mantiveram a elevação da divisa aqui abaixo da observada globalmente.

Como resultado, a moeda americana avançou menos em relação à brasileira do que ante pares fortes – o índice DXY subiu 0,55%, aos 100,836 pontos – e outras divisas emergentes, a exemplo dos pesos mexicano (+1,18%) e chileno (+1,21%). Em meio à baixa liquidez com o período de férias no Hemisfério Norte, o contrato futuro de dólar para agosto movimentou pouco mais de US$ 10,5 bilhões, abaixo da média dos últimos 30 dias.

Aqui, o dólar chegou a sustentar queda em relação ao real durante parte da etapa matutina, em meio a relatos de fluxo estrangeiro, que compensou a alta global da moeda após a divulgação de números mais fortes do mercado de trabalho dos EUA Mas, a partir do fim da manhã, passou a operar em alta ininterrupta. Entre a mínima, de R$ 4,7695 (-0,34%), e a máxima, de R$ 4,8116 (+0,54%), oscilou menos de cinco centavos.

O sinal para a alta global da divisa americana foi dado pela inesperada queda dos pedidos de auxílio desemprego nos EUA a 228 mil na semana encerrada em 15 de julho – um nível menor do que indicava o consenso de analistas consultados pela FactSet, de 241 mil solicitações. A leitura do mercado é que os números mostram um mercado de trabalho resiliente e fortalecem a chance de mais altas de juros pelo Fed.

“Os números do seguro-desemprego vieram menores do que o esperado, e a leitura do mercado é que isso pode influenciar a decisão do Fed da próxima semana”, explica o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni. “Com a liquidez mais baixa devido às férias, esse tipo de acontecimento gera oscilações um pouco mais bruscas.”

Para o CIO da Alphatree Capital, Rodrigo Jolig, o desempenho do dólar em relação ao real seguiu o humor externo nesta quinta-feira, embora a alta da moeda americana tenha sido mais contida aqui do que em relação a outros pares emergentes devido à entrada de recursos no País. O especialista destaca que o Brasil mantém um carrego elevado de juros, que tende a manter o fluxo positivo de dólares.

“Temos visto uma boa entrada de fluxo investidor estrangeiro há alguns dias, porque o carrego do real ainda é muito bom. Enquanto o juro do Brasil não estiver em baixa, enquanto a Selic não estiver em um dígito, o que não deve acontecer tão cedo, tem uma janela boa para ficar apostado em real, e a cabeça do estrangeiro é essa”, afirma Jolig.

Estadão conteúdo

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