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Economia

Dólar recua com intervenção do BC, mas Bolsa não avança

O BC também fará neste pregão leilão de swap cambial para rolagem de até 15 mil contratos com vencimento em 1° de junho e em 1° de setembro de 2022

FolhaPress

14/10/2021 12h36

Foto: Marcos Brindicci

Clayton Castelani
São Paulo-SP

A Bolsa de Valores brasileira recuava 0,15%, a 113.280 pontos, às 11h20 desta quinta-feira (14), devolvendo parte dos ganhos de 1,14% da véspera. O dólar caía 0,0,19%, a R$ 5,4980, demonstrando que as intervenções do BC (Banco Central) seguem aliviando a pressão do câmbio. Depois da oferta surpresa de contratos de swap cambial tradicional na véspera, que derrubou o divisa americana da máxima de R$ 5,57 para R$ 5,50, a autarquia deverá realizar nesta quinta uma nova operação de até US$ 1 bilhão (R$ 5,49 bilhões), valor equivalente 20 mil contratos distribuídos entre os vencimentos 1º de fevereiro de 2022 e 1º de junho de 2022.

O BC também fará neste pregão leilão de swap cambial para rolagem de até 15 mil contratos com vencimento em 1° de junho e em 1° de setembro de 2022. A operação conhecida como swap permite troca de taxas ou rentabilidade de ativos financeiros. No caso do swap cambial tradicional, o título paga ao comprador a variação da taxa de câmbio acrescida de uma taxa de juros. Em troca, o BC recebe a variação da taxa Selic.

O objetivo do BC com esse instrumento é evitar movimento disfuncional do mercado de câmbio, provendo proteção contra variações excessivas do dólar em relação ao real e liquidez aos negócios. A colocação de contratos de swap tradicional, portanto, funciona como injeção de dólares no mercado futuro. Ainda no noticiário econômico local, a Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira (13) o projeto que muda a regra sobre o ICMS (imposto estadual) de combustíveis e prevê que o tributo seja aplicado sobre o valor médio dos últimos dois anos para baratear o preço da gasolina.

O preço dos combustíveis vem subindo na esteira da alta global do petróleo, uma vez que a demanda pela commodity segue aquecida devido a uma sequência de eventos inflacionários, como a redução da produção de carvão na China, a aproximação do inverno no hemisfério norte, e a retomada das atividades econômicas em países que conseguiram avançar na vacinação contra a Covid-19. No Brasil, o processo inflacionário ainda é acelerado pela alta do dólar, que reflete a desconfiança de investidores sobre os rumos econômicos do país.

A solução apontada pela Câmara, porém, não terá efeito sobre os preços dos combustíveis, segundo Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos. “Sob a pressão de se fazer algo, faz-se qualquer coisa”, diz Sanchez. “A resistência de governadores e prefeitos deverá mitigar avanços que a matéria poderia eventualmente ter no Senado, visto que o impacto orçamentário para os entes federativos”, afirma o economista. “Fora isso, o preço dos combustíveis subiu em função da conjuntura internacional, somado aos problemas fiscais brasileiros que se refletem no câmbio.”

Nos Estados Unidos, os principais índices de Wall Street abriram em alta na quinta-feira depois dos grandes bancos terem reportado resultados trimestrais melhores do que o esperado, ajudando os investidores a desviar o olhar das preocupações com a inflação. Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subiam 1,10%, 1,02% e 1,40%, respectivamente.

O petróleo Brent, referência mundial, subia 0,59%, a US$ 83,67 (R$ 459,97), retomando a trajetória de alta após ter caído na véspera por conta de projeção da Opep (organização de países exportadores) sobre menor demanda global pela commodity. “A expectativa de que os altos preços do gás natural, com a aproximação do inverno no hemisfério norte, podem levar a uma mudança para o petróleo para atender às necessidades de demanda de aquecimento”, diz Paula Zogbi, analista de investimentos da Rico.

Entre as principais negociações da manhã, estavam em alta as ações da Petrobras (1,15%), da Vale (0,81%) e da PetroRio (0,81%).

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