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Economia

Brasil tem deflação de 0,08% em junho; resultado dá mais gás às apostas de queda da Selic em agosto

Desta vez, a queda foi influenciada principalmente pelos grupos Alimentação e Bebidas (-0,66%) e Transportes (-0,41%)

Redação Jornal de Brasília

11/07/2023 10h43

Foto: Agência Brasil

A inflação brasileira ficou negativa em junho. Segundo dados divulgados nesta terça-feira, 11, pelo IBGE, o IPCA teve queda de 0,08% no mês passado. A última vez que o País havia registrado deflação foi em setembro do ano passado, na esteira das reduções de impostos promovidas pelo governo Bolsonaro que reduziu o preço dos combustíveis, principalmente.

Desta vez, a queda foi influenciada principalmente pelos grupos Alimentação e Bebidas (-0,66%) e Transportes (-0,41%). No caso dos Transportes, o que puxou o resultado para baixo foi a queda nos preços de carros novos, na esteira dos subsídios promovidos pelo governo.

Os preços dos automóveis novos tiveram queda de 2,76%, enquanto os usados recuaram 0,93%. Além disso, segundo o IBGE, destaca-se o resultado de combustíveis (-1,85%), por conta das quedas do óleo diesel (-6,68%), do etanol (-5,11%), do gás veicular (-2,77%) e da gasolina (-1,14%).

Com o resultado de junho, o IPCA acumula alta de 2,87% no ano e, nos últimos 12 meses, de 3,16%, abaixo dos 3,94% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2022, a variação havia sido de 0,67%.

Esses números devem dar maior força às previsões de queda dos juros na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central em agosto, que vem se tornando quase certeza desde que foi divulgada a ata da última reunião do comitê, onde ficava claro que o início do ciclo de quedas estava próximo. As dúvidas agora estão se concentrando mais no tamanho do corte no próximo mês: se será de 0,25 ou de 0,5 ponto.

A inflação mais comportada já faz alguns analistas começarem a prever também uma outra coisa inimaginável no início do ano: o Banco Central conseguir entregar a inflação dentro da meta este ano, depois de dois anos seguidos de descumprimento. A meta perseguida pelo BC é de 3,35%, com margem de tolerância de 1,5 ponto, para cima ou para baixo. Ou seja, para dar o objetivo como cumprido, o IPCA precisa terminar o ano em no máximo 4,75%. No Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 10, a previsão ainda é um pouco acima disso (4,95%). Mas esse número vem caindo semana após semana.

Estadão Conteúdo

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