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Economia

Bolsas da Europa fecham em queda robusta após ataque russo em usina nuclear

O foco desta sexta esteve no conflito geopolítico, mas investidores também monitoram dados econômicos

Redação Jornal de Brasília

04/03/2022 14h41

Foto: Paul Whitaker / Reuters

As principais bolsas europeias fecharam em queda robusta nesta sexta-feira, 4. O mercado passou a sessão digerindo o ataque russo na maior usina nuclear da Europa, na esteira da continuidade da guerra na Ucrânia. Além disso, investidores também monitoraram o relatório de emprego dos EUA, o chamado payroll, e indicadores macroeconômicos do Velho Continente.

O índice pan-europeu Stoxx 600 recuou 3,56%, a 421,78 pontos. Na semana, teve queda de 7,00%.

Tropas russas bombardearam na noite da quinta-feira a usina nuclear de Zaporizhzhia, na Ucrânia, que começou a pegar fogo.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, fez um apelo emocionado aos líderes globais. “Se houver uma explosão da usina, será o fim para todos. O fim da Europa. A evacuação da Europa”, disse.

Apesar do bombardeio e do incêndio, os reatores nucleares não foram atingidos e o nível de radiação na região é normal, segundo informações repassadas por autoridades ucranianas à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Após o ataque, Zelensky falou com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e com outros líderes europeus para renovar os apelos por ajuda na guerra contra a Rússia.

De acordo com Michael Hewson, analista-chefe da CMC Markets, a liquidação de ações nesta sexta foi ampla, acelerando um declínio que começou no final do mês passado e acelerou nos últimos dois dias. “O bombardeio imprudente de uma usina nuclear ucraniana pelas forças russas mostra que Putin está se tornando cada vez mais desesperado para obter uma vitória diante de vários reveses, e com poucos sinais de que ele está inclinado a recuar”, afirmou.

Em Frankfurt, o DAX perdeu 4,41%, a 13.094,54 pontos, tendo queda semanal de 10,11%, enquanto o FTSE 100, de Londres, caiu 3,48%, a 6.987,14 pontos, e 6,71% na semana.

Hewson destaca que os setores de viagens e lazer foram duramente atingidos, à medida que os preços crescentes do petróleo aumentam os custos de combustível para as companhias aéreas. IAG (-6,30%) e Airbus (-7,71%) caíram, por exemplo. Bancos também foram duramente atingidos, com Barclays (-7,19%), HSBC (-5,61%) e Deutsche Bank (-9,44%) perdendo.

O foco desta sexta esteve no conflito geopolítico, mas investidores também monitoram dados econômicos. A economia dos Estados Unidos criou 678 mil empregos em fevereiro, bem acima da expectativa de analistas. Já a taxa de desemprego dos EUA caiu para 3,8% em fevereiro, ante 4% no mês anterior.

Na Europa, as vendas no varejo da zona do euro subiram 0,2% em janeiro ante dezembro, enquanto que na Alemanha, pesquisa da Destatis mostrou queda das exportações e importações em janeiro.

Em Paris, o CAC 40 caiu 4,97%, a 6.061,66 pontos; na semana, a queda foi de 10,23%.

Em Milão, o FTSE MIB caiu 6,24%, a 22.464,86 pontos, e com queda semanal de 12,83%.

Nas praças ibéricas, o PSI 20 teve queda de 2,49%, a 5.331,85 pontos, caindo 2,97% na semana. Já o Ibex 35, perdeu 3,63% nesta sexta, aos 7.720,90 pontos, e com baixa semanal de 9,02%.

Estadão Conteúdo

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