SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
Após três pregões seguidos de queda, a Bolsa brasileira fechou no positivo sua última sessão da semana. O Ibovespa fechou em alta de 0,25% nesta sexta-feira (12), aos 130.987 pontos, favorecido pelas ações da Petrobras, que acompanharam a subida dos preços do petróleo no exterior.
Além disso, dados de inflação ao produtor mais baixos que o esperado nos Estados Unidos deram otimismo sobre o corte de juros americano, impactando também o dólar, que recuou 0,24% e terminou o dia cotado a R$ 4,858.
“O PPI [índice de preços ao produtor] é o indicador antecedente da inflação, pois mede os custos de produção. Se os produtores têm menor custo, o produto pode eventualmente ser repassado aos consumidores com um menor preço. Esse é mais um dos indicadores-chave que o Fed analisa para tomadas de decisão quanto à política monetária”, Daniely Holanda, especialista em mercado de capitais e sócia da Matriz Capital.
O pregão positivo, no entanto, não foi capaz de garantir uma semana positiva para o Ibovespa. O índice acumula queda de 0,78% desde a última sexta. Já o dólar teve recuo de 0,32%.
A divulgação de novos dados de inflação nos EUA, às 10h30, pressionou o dólar ao redor do mundo.
O Departamento do Trabalho dos EUA informou que o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) para a demanda final caiu 0,1% no mês passado. Economistas consultados pela Reuters previam alta de 0,1%. Nos 12 meses até dezembro, o PPI aumentou 1,0%, depois de avançar 0,8% em novembro.
O resultado disparou a queda dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano, os chamados “treasuries”, no exterior, em meio à percepção de que a perda de força dos preços ao produtor chegará à ponta final em alguns meses, favorecendo o início do processo de corte de juros pelo Fed.
A baixa dos treasuries pesou sobre o dólar e, no Brasil, fez a moeda norte-americana renovar mínimas em relação ao real. Às 11h45, o dólar à vista marcou a mínima de R$ 4,8314 (-0,90%). Posteriormente, a moeda retornou para a faixa de R$ 4,85.
Por trás da baixa do dólar ante o real estava a leitura de que, mesmo que o Banco Central esteja em um ciclo de cortes da taxa básica Selic, o Fed também cortará suas taxas este ano, o que mantém o diferencial de juros ainda favorável ao recebimento de recursos pelo Brasil.
“Para curto prazo, entre R$ 4,85 e R$ 4,90 nos parece bom para comprar [dólares]. A perda definitiva dos R$ 4,85 deve ativar queda mais profunda”, alertou pela manhã o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior, em comentário enviado a clientes.