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Brasil

Vereador Gabriel Monteiro tem novas denúncias de estupro

Três mulheres realizaram as novas denúncias. Em uma delas, o youtuber teria colocado uma arma na cabeça da vítima durante o ato sexual

Redação Jornal de Brasília

04/04/2022 8h20

Foto: Reprodução

Uma semana depois das acusações de assédio moral e sexual contra o vereador do Rio de Janeiro Gabriel Monteiro (PL), três mulheres realizaram novas denúncias de estupro contra o parlamentar. As histórias foram contadas neste domingo (3), no programa Fantástico, da TV Globo.

Uma das mulher conheceu Gabriel Monteiro por meio de um aplicativo. Mantiveram relações consensuais até que, um dia, o vereador não respeitou um pedido, e segundo ela, o parlamentar ignorou o pedido de colocar o preservativo e a estuprou.

Outra mulher também se diz vítima, mas antes do ex-policial militar ser eleito. De acordo com Ela, ao então PM teria a convidado para uma festa na casa dele. Ao chegar no local, a denunciante, então com 16 anos, viu que não tinha festa alguma. Gabriel estaria espancando uma outra mulher, também convidada para a festa que não existia. Ela conta que a situação se acalmou e Gabriel as chamou para fazer sexo a três. Com medo, a jovem acabou cedendo.

Uma terceira mulher ouvida pelo programa, diz ter sofrido abuso em 2017, também na época em Monteiro era PM. Os dois faziam sexo consentido, até o parlamentar começar a bater e filmar a vítima. Segundo ela, ao começar a gritar, Monteiro pegou uma arma e colocou próximo ao freio de mão. Assim, ele conseguiu fazer a penetração, sem camisinha. Ainda segundo a vítima, em determinado momento, o ex-policial militar colocou a arma na cabeça dela para que ficasse quieta.

As primeiras denúncias

As primeiras denuncias contra o vereador e ex-policial militar Gabriel Monteiro, aconteceram no último dia 28, também no programa dominical. Cinco pessoas o acusaram de cometer abusos sexuais e morais e de manipular vídeos.

Na última semana, a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro instaurou um inquérito para apurar denúncia de assédio sexual na Delegacia de Atendimento à Mulher de Jacarepaguá, na zona oeste carioca, mas não confirmou o nome da vítima referente a esse caso, porque ela não quis se identificar.

A Promotoria abriu um inquérito civil para apurar uma possível violação de direitos de uma criança que aparece em uma das gravações do político e pediu que ele retire o vídeo do ar. Também vai analisar se investigará o suposto uso indevido de funcionários públicos para fins privados.

No caso dos abusos sexuais, o órgão diz que “aguarda iniciativa de apresentação das denúncias por parte das supostas vítimas de assédio e estupro, citadas na reportagem, para atuação nos casos”. Nesse tipo de crime, é necessário que as próprias vítimas prestem queixa.

As acusações partiram de uma funcionária que trabalhou para o vereador, de três servidores que são ou foram lotados em seu gabinete na Câmara e de uma mulher que já teve relações sexuais com ele.

Monteiro, que ficou famoso principalmente no Facebook e no YouTube postando gravações do que ele chama de fiscalizações, nega qualquer abuso e diz que é vítima de uma máfia. Ele foi o terceiro mais votado no Rio de Janeiro nas eleições de 2020, com mais de 60 mil votos então pelo PSD.

Segundo a reportagem do Fantástico, uma das mulheres afirmou que inicialmente a relação foi consensual, mas depois terminou em estupro. Ela disse que pediu que ele parasse o ato, mas ele não parou.

Dois ex-assessores também contaram ao programa que recebiam pedidos para fazer carinho no vereador, e outra ex-assistente de produção relatou que ele passava a mão em seu corpo e que precisou procurar um psiquiatra porque se sentia culpada e pensou em se matar.

Um quinto funcionário afirmou que era comum que Gabriel se masturbasse na frente de toda a equipe em sua casa, onde eles trabalhavam. Outra acusação feita contra o vereador é a de que ele manipulou vídeos de um suposto tiroteio e outro em que aparece com uma criança.

A abertura do inquérito civil do Ministério Público é referente a esse caso e cita o artigo 17 do Estatuto da Criança e do Adolescente, que trata da “inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais”.

“Tal vídeo vulnera, a um só turno, os princípios da proteção integral da criança e do adolescente e da finalidade social da internet”, diz a portaria, que também pede que o gabinete do vereador informe os dados da menina para avaliar se será necessária a aplicação de medidas protetivas.

Ainda de acordo com a reportagem, o gabinete do vereador tem 25 servidores, mas no dia a dia o local fica vazio.

O ex-policial chegou a ser expulso da Polícia Militar em agosto de 2020, acusado de deserção por ter faltado ao trabalho por oito dias, mas depois foi reintegrado dizendo ter sido uma licença médica. Uma semana depois, deixou a corporação para ser pré-candidato a vereador.

Na época, ele também respondia a um procedimento interno na Comissão de Revisão Disciplinar por quebra de hierarquia. (Com informações da FolhaPress)

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