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Brasil

Vendas de cimento aumentam 1,9% em fevereiro, para 4,8 milhões de t

Mesmo registrando uma melhora, o setor apresenta uma retração de 3,5% no acumulado dos dois primeiros meses do ano

Redação Jornal de Brasília

08/03/2022 16h16

Foto: Canva

As vendas de cimento em fevereiro de 2022 totalizaram 4,8 milhões de toneladas, um crescimento de 1,9% em relação ao mesmo mês de 2021, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (Snic). Mesmo registrando uma pequena melhora, o setor apresenta uma retração de 3,5% no acumulado dos dois primeiros meses do ano em relação ao mesmo período de 2021.

A venda por dia útil – um indicador que considera o número de dias trabalhados que tem forte influência no consumo de cimento – a comercialização foi de 225,7 mil toneladas, uma queda de 3,4% comparado ao mesmo mês do ano anterior e de 7,1% em relação ao acumulado no ano. Em fevereiro, o setor nas regiões Sudeste e Centro-Oeste repetiu o baixo desempenho registrado em janeiro, enquanto nas regiões Norte e Sul permaneceu com as vendas bastante positivas.

Os principais indutores do desempenho foram as perspectivas mais favoráveis no mercado de trabalho (diminuição do desemprego), a continuidade do Auxílio Brasil (programa de transferência de renda que substituiu o Bolsa Família) e a queda considerável dos números da pandemia, após um início de ano conturbado em função da nova variante Ômicron, da gripe Influenza e das fortes chuvas ocorridas em janeiro em quase todo país.

Segundo o Snic, os indicadores de confiança caminham em direções opostas entre o otimismo e o pessimismo. De acordo com a Fundação Getúlio Vargas, a confiança do consumidor melhorou, porém o índice de confiança do empreendedor recuou novamente, sinalizando uma desaceleração da economia. A confiança da construção civil apesar da alta de fevereiro não foi suficiente para recuperar a perda de janeiro, mesmo sem uma mudança significativa no cenário setorial, reiterando um horizonte de muitas incertezas, de acordo com o sindicato.

Mesmo com a leve recuperação do mercado de trabalho, a massa salarial continua em queda, isto porque os novos postos estão com salários menores do que antes da pandemia, fazendo o rendimento real atingir o menor patamar da série histórica. Aliada a inflação alta, o poder de compra da população está sendo Corroído, de acordo com o Snic. A crescente taxa de juros, junto ao endividamento recorde das famílias traçam uma projeção de dificuldades para a atividade econômica.

De acordo com o sindicato, existe hoje uma realidade no Brasil e no exterior marcada por significativa majoração nos preços das commodities, afetando diretamente o setor cimenteiro.

Os custos dos insumos permanecem em alta, especialmente aqueles ligados a energia térmica (principalmente o coque de petróleo), que se agravam com o conflito entre Rússia e Ucrânia. Com o desdobramento da guerra é verificado um forte desarranjo e gargalos na logística global do transporte marítimo com aumentos nos seguros, combustível das embarcações e consequentemente no frete, pressionando fortemente os custos da indústria do Cimento, segundo o sindicato.

Em razão desse complexo cenário somado ao aperto monetário, incerteza fiscal e política e outros vetores que apontam para o baixo crescimento, a indústria do cimento projeta um agravamento da performance da atividade ao longo do ano.

“A forte pressão no preço das commodities está afetando o mundo. A situação se agrava em razão da guerra da Rússia contra a Ucrânia que, inevitavelmente, afetará ainda mais o valor do petróleo, do gás, do carvão e do coque no mercado global. Desta forma, a indústria nacional e do cimento, em particular, estão enfrentando aumentos ainda mais expressivos nos seus custos de produção”, diz Paulo Camillo Penna, presidente do Snic.

Estadão Conteúdo

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