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Brasil

Usiminas culpa aço chinês por parada de Alto-Forno

Segundo o presidente da Usiminas, Marcelo Chara, a concorrência desleal está “devastando a indústria do País e afetando toda a cadeia de produção industrial”

Redação Jornal de Brasília

12/12/2023 20h24

Foto: divulgação/ Usiminas

A Usiminas anunciou na segunda-feira que pretende desligar o Alto-Forno 1 de sua Usina de Ipatinga, em Minas Gerais, por causa do aumento das importações de aço da China. Segundo o presidente da Usiminas, Marcelo Chara, a concorrência desleal está “devastando a indústria do País e afetando toda a cadeia de produção industrial”. Chara também disse que a empresa vai revisar o atual modelo de gestão, “com forte foco nas atividades operacionais”.

Na semana passada, o grupo siderúrgico Aperam South America havia anunciado que decidiu adiar a terceira fase de seu plano de investimentos no Brasil previsto para 2024/2025, considerando o “momento de adversidade enfrentado pela indústria siderúrgica brasileira, com o excesso de aço importado no mercado e a queda nas vendas”.

O projeto adiado, cujo valor não foi revelado, inclui a instalação de um novo laminador a frio na usina de Timóteo (MG). Durante a implementação do projeto, até 1,5 mil vagas temporárias seriam criadas, segundo a empresa.

Na Usiminas, o Alto-Forno 1 que será desligado tem capacidade de produção de 600 mil toneladas por ano. A empresa também está finalizando a reforma do Alto-Forno 3, na qual investiu R$ 2,7 bilhões. O equipamento está em operação comercial e logo deve atingir sua capacidade total de produção, de 3 milhões de toneladas de ferro gusa por ano.

Segundo Chara, o equipamento poderá atender as próximas décadas com “grande potencial, alta eficiência e desempenho ambiental superior”. O executivo salientou ainda que o Brasil é competitivo e tem capacidade de atender a demanda. “Precisamos de uma defesa efetiva da produção industrial brasileira contra produtos subsidiados da China”, defende.

O diretor-presidente da Aperam South America, Frederico Ayres Lima, endossa a proposta de Chara. Em nota, ele disse que a entrada massiva de aço chinês no mercado brasileiro em 2023, associada à redução da demanda, por conta da desaceleração econômica mundial, está “asfixiando” o setor siderúrgico nacional.

De acordo com o Instituto Aço Brasil, somente em setembro as importações de aço da China cresceram 133,8% ante o mesmo mês de 2022, atingindo 549 mil toneladas.

Estadão Conteúdo

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