Dois prédios desabaram na manhã desta sexta-feira (12/4) na zona Oeste do Rio de Janeiro. O Corpo de Bombeiros confirma a morte de duas pessoas, e mais quatro foram resgatadas com ferimentos. Até o momento, não se sabe a identidade das vítimas.
Equipes de resgate acabam de encontrar um menino com vida. Ele tem idade aproximada de 12 a 13 anos.
Três dos quatro feridos, levados para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, são uma família: um casal e uma filha de três anos. Eles haviam se mudado para o prédio há exatamente uma semana.
Os moradores passaram uma lista de pelo menos 15 pessoas aos Bombeiros, que seguem nas buscas. Cinco pessoas foram resgatadas dos escombros com vida, sendo duas pela população e duas pelo helicóptero do Corpo de Bombeiros. Segundo a corporação, mais duas pessoas estão presas e devem ser retiradas com vida nos próximos minutos.
Com quatro andares e instalados na comunidade da Muzema, os prédios vieram abaixo e a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros já estão no local, integrantes da comunidade estão ajudando na procura das vítimas. Segundo a Defesa Civil, os prédios dos arredores também correm risco de desabamento. Representantes do órgão pediram aos moradores que façam uma lista com nomes das pessoas que moram perto dos edifícios que caíram.
O Rio de Janeiro está em estado de calamidade e tem enfrentando chuvas fortes nos últimos dias. No maior temporal dos últimos 22 anos, no último dia 10, 10 pessoas morreram e bairros ficaram submersos.
De acordo com informações, as construções estavam irregulares. Existia uma mega operação para demolir sete prédios na comunidade no ano passado, mas ela foi barrada por liminar judicial. Em 2012, aconteceu medida semelhante. Segundo o secretário de Infraestrutura e Habitação, Sebastião Bruno, as construções de vários dos prédios da Muzema são impossíveis de se legalizar. Algumas são edificadas em área não regular, não obedecem parâmetros e não possuem projeto assinado por um engenheiro.
O governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel usou as redes sociais para manifestar sobre a tragédia:
Infelizmente, já há mortos e feridos vítimas do desabamento da Muzema. Situação lamentável, que acompanho com atenção. Nossos bombeiros, como sempre, fazendo seu melhor.
— Wilson Witzel (@wilsonwitzel) April 12, 2019
Hospital
A Secretaria Municipal de Saúde informou que uma das vítimas do desabamento de dois prédios na comunidade da Muzema, na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro, Dilma Rodrigues, foi internada no Hospital Municipal Lourenço Jorge com um ferimento no abdômen.
De acordo com a secretaria, Dilma está sendo submetida a uma cirurgia neste momento. O desabamento deixou dois mortos e pelo menos outras três pessoas feridas. Ainda não há informação sobre o estado de saúde delas.
A prefeitura informou que os prédios eram irregulares e que as obras foram interditadas e embargadas em novembro de 2018. Moradores dizem que os edifícios começaram a ser construídos há dois anos, e tinham cinco andares.
A comunidade da Muzema sofreu bastante com a chuva que atingiu a cidade nesta semana. As vias da região ainda têm muita lama, lixo, entulho e acúmulo de água em alguns pontos. Há também queda de barreiras.
A rua da entrada do condomínio Figueira foi destruída pela chuva. Muitos prédios estão em construção na região, que fica no pé do morro.
Avenida Treze de Maio
No dia 25 de janeiro de 2012, um desabamento atingiu três prédios (um de quatro, outro de dez, e outro de 20 andares) no Centro do Rio, na altura da Avenida Treze de Maio. Entre mortos e feridos, totalizou-se 19 vítimas. Uma obra no Edifício Liberdade, próximo ao local, teria causado o problema. Os apontados como culpados pela tragédia foram absolvidos por falta de provas.
Palace II
Na madrugada de 22 de fevereiro de 1998, um domingo de carnaval, parte do edifício Palace II, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, desabou, destruindo 44 apartamentos.
Construído pela Sersan, de propriedade do então deputado federal Sérgio Naya (Partido Progressista Brasileiro, PPB-MG), o prédio tinha graves defeitos de estrutura e acabamento e, por isso, havia sido interditado pela Defesa Civil. Apesar do risco, 30 moradores buscavam seus pertences quando aconteceu o desabamento. Oito pessoas morreram soterradas.
Aguarde mais informações.
