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Brasil

Russo suspeito de lavar dinheiro com criptomoedas no Brasil morava em mansão de luxo no CE

Tereza Neuberger

27/02/2024 20h25

Foto: Divulgação/PF

Um dos alvos da quadrilha de russos e brasileiros suspeita de lavagem de dinheiro usando criptomoedas no Brasil, leva uma vida de luxo no litoral cearense.  Na manhã desta terça-feira (27), uma operação da Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão na mansão do suspeito no Eusébio-CE, e também mandados contra outros envolvidos nos estados de Santa Catarina e Goiás.

Na operação no Eusébio-CE, foram apreendidos US$ 223.944 dólares, R$ 55 mil reais, além de relógios de luxo e aparelhos celulares. Além do sequestro de bens por determinação judicial, que incluiu uma casa em condomínio fechado no Ceará, avaliada em R$ 10 milhões pertencente a um dos russos.

Foto: Polícia Federal

Ao todo, 10 mandados de busca e apreensão foram expedidos, seis em Santa Catarina, dois em Goiás e dois no Ceará. Quatro pessoas são as principais investigadas e serão monitoradas com uso de tornozeleira eletrônica. Os quatro alvos estão proibidos de sair do país e realizar transações com criptoativos.

Também foram decretados os bloqueios de contas bancárias vinculadas a 25 pessoas físicas e jurídicas, além de contas em exchanges, onde é possível comercializar criptomoedas, visando sequestro de valores em moeda nacional e de criptoativos.

Foto: Polícia Federal

De acordo com fontes da PF, os dois russos investigados já teriam sido condenados no país de origem, por crimes como fraude e roubo. Após cumprir pena, um deles ingressou no Brasil e obteve a nacionalidade brasileira, o outro  não foi localizado pedido de naturalização, até o momento. Ambos chegaram ao país em 2018.

A investigação

As investigações tiveram início com a informação de que cidadãos russos teriam fixado residência na capital de Santa Catarina para usufruir dos recursos oriundos de crimes supostamente praticados no país de origem, de acordo com o delegado Cleo Matusiak Mazzotti.

“Eles chegaram a Florianópolis sem nenhum tipo de declaração robusta de renda e começaram a adquirir um número significativo de imóveis, automóveis de luxo, joias e a ostentar um padrão de vida significativamente alto”, esclareceu Mazzotti.

Após se radicarem no Brasil, os suspeitos passaram a integrar a sociedade de empresas, e segundo a polícia, passaram a adquirir bens móveis e imóveis, por meio de pagamentos volumosos em espécie.

As movimentações financeiras realizadas pelos investigados e pela intermediadora brasileira tinham origem em transações de criptomoedas. Segundo as investigações que a integralização dos recursos provenientes da lavagem de dinheiro foi operacionalizada por brasileiros que utilizando-se de empresas sediadas em Goiás.

Os criptoativos eram recebidos através de contas exchanges e convertidos em moeda nacional, em seguida eram transferidos para as contas dos investigados estrangeiros no Brasil, de seus familiares e de suas empresas.

No Brasil, eles responderão pelo crime de lavagem de dinheiro, cuja pena pode chegar a até 10 anos de prisão e multa.

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