Menu
Brasil

PCC atuava no transporte público de Campinas

Celulares apreendidos com o sobrinho do sequestrador Andinho escondiam mensagens que provam a atuação da facção em cooperativa da cidade

Redação Jornal de Brasília

21/02/2024 7h14

Foto: Reprodução

O jornal O Estado de São Paulo revelou detalhes de uma investigação conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo, que descobriu evidências significativas do envolvimento de membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de transporte público em Campinas, a terceira maior cidade do estado de São Paulo. Entre os implicados está Claudemir Antonio Bernardino da Silva, conhecido como Guinho, cujos celulares continham provas contundentes, como fotografias e mensagens relacionadas ao tráfico de drogas e armas, além de operações ilegais no transporte público.

Guinho, condenado a 21 anos de prisão por tráfico de drogas e sobrinho de um dos líderes do PCC, Wanderson Nilton de Paula Lima (Andinho), foi capturado durante a Operação Sumidouro. Esta operação tinha como alvo uma rede de traficantes que operava através das galerias pluviais de Campinas, uma cidade com mais de um milhão de habitantes e próxima a um grande complexo prisional dominado pelo PCC.

A investigação detalha como a quadrilha de Guinho utilizava casas em condomínios fechados como depósitos para drogas e armas, além de envolver-se no transporte público ilegal, uma estratégia semelhante à usada pelo PCC em São Paulo no início dos anos 2000. A Prefeitura de Campinas, através da Emdec, realizou uma sindicância que não encontrou irregularidades, mas o Ministério Público prossegue com as investigações.

Os promotores descobriram que Guinho gerenciava uma operação clandestina de transporte urbano, usando ônibus registrados em nome de terceiros para esconder sua participação direta. A cooperação de indivíduos dentro da cooperativa de transporte Altercamp permitia essa operação, apesar do conhecimento da ligação de Guinho com atividades criminosas. Além disso, o relatório da análise dos materiais apreendidos mostra como os lucros do tráfico eram investidos em imóveis e no próprio sistema de transporte.

Recentes operações resultaram em apreensões de ônibus ligados a Guinho e no afastamento de um diretor da cooperativa por conexões com o PCC. A Emdec e a Altercamp, por sua vez, afirmam cumprir com todas as solicitações de investigação, negando irregularidades ou favorecimento na operação dos serviços de transporte.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado