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Brasil

Paraguaios e Argentinos: Histeria ou Prudência?

Iguaçueses conclamam ao Presidente o fechamento da fronteira.

Redação Jornal de Brasília

18/03/2020 15h32

Gilberto Rios 
Especial para o Jornal de Brasília.

Com o surto do Coronavírus e os boatos de domingo que os Governos Paraguaios e Argentinos fechariam a fronteira com o Brasil, cidadãos destes países atravessaram imediatamente na segunda-feira cedo para o lado brasileiro no intuito de armazenarem produtos já escassos do outro lado. Muitos produtos como feijão e arroz já estavam faltando num dos principais fornecedores de Foz do Iguaçu ( lado brasileiro) e até mesmo papel higiênico só tinham duas marcas, as mais caras.

A fronteira de fato foi fechada na madrugada de domingo entre os três países fronteiriços. Do lado Argentino só os seus cidadãos e brasileiros com residência fixa naquele país tinham permissão de entrar em solo argentino assim como em solo paraguaio, esta restrição não existe para entrar em solo brasileiro. Percebendo o desabastecimento do lado brasileiro com estas invasões, a Câmara de Vereadores, a casa de leis conclamou na sessão de hoje ao presidente da república Jair Bolsonaro que fechasse imediatamente o lado brasileiro para os dois países vizinhos. Do lado paraguaio a gasolina teve uma queda nas bombas de R$ 0,30 ( trinta centavos de reais) para que os paraguaios não utilizassem os ônibus e sim o seu transporte. O toque de recolher com multas que variavam de 5 mil no mínimo até 20 mil no máximo foi estabelecido aos cidadãos paraguaios que tem horas para se recolherem que será das 20 horas até ás 6 da manhã.

Acostumados a abastecerem no lado paraguaio que tem um posto de gasolina da própria Petrobrás e bem mais barata a R$3,49 o litro, os brasileiros foram impedidos, digo, carros com placas do Brasil em solo paraguaio e mesmo aqueles com as placas do Mercosul, desrespeitando os acordos internacionais. Para o governo paraguaio, nestes tempos bicudos do surto, canja de galinha não faz mal a ninguém. Perplexos com a falta de habilidade do governo brasileiro, os cidadãos brasileiros da tríplice fronteira assistem passivamente a inoperância do governo brasileiro e com medo desta invasão dos vizinhos por terem livre acesso em solo brasileiro, correram para se precaverem de um possível desabastecimento. A invasão aos supermercados no dia de hoje foi em massa, fazendo com que as estantes ficassem vazias com a falta de produtos de primeira necessidade. O miojo um produto barato e que socorre a gastronomia numa pressa, só tinha dois sabores e de um único fabricante. Donas de casa baratinadas trocavam nas gôndolas informações com outros clientes no intuito de saberem onde encontrar determinados produtos mais em conta. Perdidas nesta histeria coletiva e com medo da parada das fábricas e conseqüente do transporte de reposição destes produtos, enchiam seus carrinhos levando em grande quantidade para três meses prevendo tempos difíceis, na leitura destas guerreiras donas de casa.

Ao meu lado, uma jovem com a sua mãe vociferava em voz alta, que só havia vendido ontem um par de brincos e hoje a loja havia dado férias para ela e mais três, foi toda a venda da loja num grande Shopping Center. Com receio destes tempos bicudos do Coronavírus, medo de perder o seu emprego e interromper sonhos, a jovem andava pelos corredores lotados em total desânimo. Vamos torcer para que “fantasia” dita pelo presidente, não seja uma realidade cruel para todos nós e sim a fantasia dita por ele. Mas, especialistas estão bastante pessimistas e com receio de chegarmos ao ponto em que a Itália chegou ao não darmos a devida importância ao Coronavírus, acordando tardiamente. Parece que o nosso presidente ainda não desceu do palanque para exercer o seu papel, de líder e de presidente da república, isto pode lhe custar muito caro politicamente.

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