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Brasil

Ouro Preto (MG) tem quase 900 imóveis em áreas de risco alto, aponta estudo

Pelo levantamento do órgão, “aproximadamente 3.006 pessoas residem em áreas de risco geológico”

FolhaPress

17/01/2022 18h37

Foto: Divulgação

Nathan Lopes
São Paulo, SP

As imagens de um deslizamento de terra que encobriu imóveis em Ouro Preto (MG) chamaram a atenção na última quinta-feira (13). Localizada em uma região serrana, a cidade mineira possui “882 domicílios particulares e coletivos localizados em áreas de risco geológico alto ou muito alto”, segundo documento publicado ano passado pelo Serviço Geológico do Brasil, empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia.

Pelo levantamento do órgão, “aproximadamente 3.006 pessoas residem em áreas de risco geológico”. O estudo diz que “a renda média mensal por domicílio em área de risco é de R$ 1.128,32”.

De acordo com o Serviço Geológico, “grande parte dos domicílios se encontram em áreas sujeitas a sofrer perdas ou danos decorrentes da instabilidade de encostas a partir da deflagração” dos seguintes sinistros: deslizamentos (81,81%), quedas e tombamentos de blocos rochosos (9,46%), e rastejos, algo como um movimento lento do solo (6,21%).

O órgão ainda aponta que, “de maneira menos frequente, também foram identificados domicílios em áreas de risco a enxurrada (2,36%)”.

Em Ouro Preto, considerando “os processos geológicos associados às áreas de risco, é notável o predomínio das instabilizações de encosta, que reflete a configuração geomorfológica geral da cidade”. Segundo o Serviço Geológico, ela foi “edificada, em grande parte, sob terrenos inclinados”.

A análise do órgão teve como base um mapeamento de cerca de 313 áreas de risco geológico mapeadas pelo próprio Serviço Geológico do Brasil em 2016. Entre elas, estava a que aconteceu o deslizamento da semana passada. O local já estava interditado.

A Prefeitura da cidade, sob gestão Angelo Oswaldo (PV), indicou um porta-voz da área de geologia para conversar com a reportagem. Ele, porém, não atendeu as ligações nem respondeu as mensagens enviadas.

Na última quinta, o Solar Baeta, um casarão histórico da cidade, foi destruído em razão do deslizamento. De propriedade da prefeitura, ele estava interditado desde 2012. Imóveis vizinhos, também derrubados pela terra, encontravam-se vazios.

Após os acontecimentos da semana passada, algumas famílias já foram retiradas de suas casas. Outros patrimônios históricos também estão em risco em Ouro Preto.

Ao jornal Folha de S.Paulo, a prefeitura disse que vem realizando o escoramento de alguns dos imóveis, além de cobri-los com lonas. Entre as estruturas que se encontram nessa condição estão a Igreja Matriz de São Bartolomeu, Casarão João Veloso, Casarão do Vira Saia e o chafariz da Igreja do Bom Jesus de Matozinhos.

Com a relação dos domicílios em áreas de risco, o Serviço Geológico disse esperar, no documento de 2021, “que tal análise possa contribuir com as ações de ordenamento territorial e prevenção de desastres desenvolvida pelo município, com vistas a reduzir os impactos econômicos e principalmente a perda de vidas humanas”. Não houve mortos em decorrência do deslizamento da última quinta.

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