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Brasil

Oficiais da PM estariam envolvidos com contrabando de cigarros

No ano passado, PMs tentaram matar um inspetor que fazia investigação sobre a venda ilegal de cigarros na Feira da Pavuna

Redação Jornal de Brasília

26/04/2021 8h44

Um grupo composto por oficiais da Polícia Militar do Rio de Janeiro é acusado de envolvimento no mercado clandestino de cigarros. As investigações começaram em abril do ano passado, após um atentado contra um inspetor que conduzia investigações sobre a venda ilegal de cigarros na Feira da Pavuna.

Em dezembro do ano passado, cinco PMs foram presos acusados de tentar matar o inspetor. Agora, documentos mostram que oficiais do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRV) também estariam envolvidos. Dados do e-mail de um dos PMs envolvidos na morte mostram que dois oficiais do BPRV participaram do planejamento da execução: o capitão Thiago Moraes de Souza, então chefe de operações do batalhão, e o tenente Pedro Augusto Nunes Barbosa. Segundo o relatório da investigação que levou os praças à cadeia, Souza foi o criador de um grupo no WhatsApp usado para monitorar os passos do policial antes do crime.

O grupo, chamado de “Amigos do Futebol”, foi criado por Souza em novembro de 2019, quando o BPRV era alvo de uma investigação da 39ª DP sobre comércio de cigarros clandestinos na Feira da Pavuna. O inquérito foi instaurado em setembro, quando o policial Bruno Rodrigues recebeu denúncias de que policiais estavam coagindo comerciantes a vender uma marca de cigarros e flagrou agentes do BPRV à paisana no local.

o grupo, os PMs usavam uma linguagem cifrada para conversar sobre a vigilância do policial civil. “Preciso que um de vocês vá até o campo amanhã para ver se o juiz tá lá”, escreveu o cabo Basile em 16 de fevereiro. Na verdade, segundo a investigação, Basile estava mandando um dos colegas ir até a 39ª DP monitorar os passos do agente.

O capitão Souza ainda responde que “se for escala 24×72, deve estar na terça” — ou seja, como os PMs já estavam vigiando o agente, sabiam que ele foi à delegacia na sexta-feira anterior e, por isso, achavam que ele teria três dias de folga. Basile responde que ele atua “no expediente” e está na unidade em todos os dias úteis, o que de fato acontecia. “Assim que constatar que ele está lá, avisa para podermos ir na direção. Não pode sair de lá, para poder monitorar”, completa Basile.

O policial civil Bruno Rodrigues chegava em casa, em Vila Valqueire, na Zona Oeste do Rio, quando foi interceptado por um carro ocupado por três praças da PM, que atiraram mais de 20 vezes. O agente foi baleado na perna, mas reagiu e conseguiu sobreviver.

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