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Brasil

Nove cachorros morrem após ingestão de petisco de mesma marca em MG e SP

A empresa ainda orienta que está à disposição para tirar dúvidas sobre os lotes em análise por meio do SAC

FolhaPress

02/09/2022 17h22

Foto: DIvulgação

A Polícia Civil investiga a morte de ao menos nove cachorros que passaram mal após ingerirem petiscos da marca Bassar em Minas Gerais e São Paulo. Segundo Danúbia Quadros, da Delegacia Especializada em Defesa do Consumidor de Minas Gerais, sete casos foram registrados no estado e outros dois em São Paulo. Além das mortes, há relatos de seis internações de animais que enfrentam problemas de saúde após consumirem o produto.

Dentre as mortes registradas, seis foram na cidade de Belo Horizonte e outras duas em São Paulo. A mais recente, segundo Danúbia, ocorreu em Piumhi, cerca de 294 km da capital mineira. No entanto, a tutora que relatou o óbito disse que o produto foi comprado na capital mineira.

Segundo a delegada, as vítimas são geralmente de pequeno porte e têm apresentado convulsões, diarreia e vômito após ingerirem o alimento. Os petiscos são de três tipos diferentes, mas todos da marca Bassar. Entre eles, está o Bone Everyday. Os outros dois não tiveram os nomes informados.

“Já temos um laudo preliminar sugerindo uma intoxicação dos animais”, disse ela, alertando que novos casos não param de chegar. “A gente tem recebido muitos relatos de veterinários de uma forma geral. Principalmente a veterinária da primeira clínica que atendeu os dois cachorrinhos que morreram está o tempo todo entrado em contato comigo [afirmando] receber notícia inclusive de veterinários de outros estados.”

Há suspeita de que existam outras vítimas também no estado de Goiás. No entanto, a delegada alerta que a polícia só poderá investigar se eles forem relatados pelos próprios tutores e houver provas da ingestão do produto.

“Como tem sido relatado, já existem algumas investigações aqui na delegacia especializada e temos esse laudo preliminar. Agora, os tutores têm que ter cautela na compra e oferecimento destes petiscos aos cachorrinhos. E aqueles que têm animais que estejam passando mal, para além dos cuidados necessários em relação aos bichinhos, é necessário que procurem uma delegacia”, orienta.

Nas redes sociais, tutores têm alertado para o consumo dos produtos. Entre um dos relatos, está o de

Nayele de Freitas. A usuária informou que ofereceu um osso chamado “Everyday” no dia 31 de julho.
“Meu cachorro comeu esse petisco/osso e, no mesmo dia, entrou em um quadro de insuficiência renal aguda. Foi devidamente acompanhado por uma nefrologista e ficou na UTI esperando vaga para hemodiálise, mas não deu tempo. Surreal ligar na empresa e saber que o lote comprovado com a intoxicação de etilenoglicol é o que ele comeu”, escreveu ela.

Em nota, a Bassar Pet Food afirmou ser solidária “com todos os tutores de pets, nossos consumidores, parceiros”.

“Somos os maiores interessados no esclarecimento do caso, por isso, a empresa vem tomando todas as providências para esclarecimento do fato, que nos pegou de surpresa, desde o dia em que recebeu o primeiro relato de possível intoxicação”, diz comunicado.

A empresa ainda afirma que iniciou a retirada do mercado do produto Bone Everyday, dos lotes 3554 e 3775. “Nunca passamos por situação semelhante antes. São mais de 5 anos de história que comprovam a confiança em nossos processos de fabricação. Prezamos pela qualidade dos produtos e pelo bem-estar e satisfação de nossos clientes”, diz comunicado.

“Nossa fábrica foi inspecionada por mais de uma vez nos últimos dias por funcionários do Ministério da Agricultura, que atestaram que a planta atende a todos as normas de segurança alimentar e de produção. Os laudos do MAPA [Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento] comprovam, ainda, que não há contaminação na linha de produção. É fundamental esclarecermos que não há nenhum laudo conclusivo sobre a causa das mortes de nenhum dos cães.”

A empresa ainda orienta que está à disposição para tirar dúvidas sobre os lotes em análise por meio do SAC.

A reportagem entrou em contato com o MAPA para confirmar a versão da empresa. A reportagem também pediu para a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) confirmar se houve denúncias formais sobre mortes de cachorros após a ingestão dos petiscos no estado. O texto será atualizado assim que houver manifestação de ambas instituições.

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