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Brasil

MEC estende aulas a distância para universidades federais até o fim do ano

Em São Paulo, USP, Unesp e Unicamp já comunicaram os alunos que vão iniciar o segundo semestre letivo apenas com aulas no formato EaD

Redação Jornal de Brasília

17/06/2020 18h02

Isabela Palhares
São Paulo, SP

O MEC (Ministério da Educação) ampliou até o final do ano a autorização para que universidades federais continuem com aulas a distância nos cursos presenciais. Por medo de contaminação, as instituições avaliam não retornar o ensino presencial em 2020.

Em São Paulo, USP, Unesp e Unicamp já comunicaram os alunos que vão iniciar o segundo semestre letivo apenas com aulas no formato EaD. As três instituições avaliam que até o final do ano podem retomar parte das atividades presenciais, mas apenas para disciplinas práticas.

Apesar de as universidades terem autonomia para definir o formato e cronograma das aulas, a portaria publicada pelo MEC nesta quarta (17) dá mais segurança para que as instituições mantenham as atividades a distância sem que sejam questionadas posteriormente.

Na rede federal, a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), UFC (Universidade Federal do Ceará) e UFABC (Universidade Federal do ABC) também anunciaram que continuam com o ensino remoto.

Com 180 mil alunos, as três universidades paulistas temem que a volta às aulas presenciais possa aumentar o número de contaminações no estado, especialmente, em cidades menores onde têm câmpus. Por isso, anunciaram que irão continuar com as atividades remotas ainda que haja liberação do governo João Doria (PSDB).

“As atividades remotas estão acontecendo e o formato está funcionando. Agora, com mais tempo de preparação e alguma experiência, poderemos melhorar a modalidade. Esperamos até o final do ano conseguir atingir o modelo híbrido, que é a mistura do ensino a distância com o presencial”, disse Sandro Valentim, reitor da Unesp e presidente do Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades do Estado de São Paulo).

As instituições avaliam que, quando for possível retomar as atividades presenciais, será priorizada a volta dos alunos concluintes para disciplinas práticas e dos que ingressaram neste ano e tiveram pouco contato com a universidade.

Para o início do segundo semestre, a Unesp vai distribuir 3 mil chips de celular para os alunos que tiverem dificuldade de acesso à internet e está fazendo formação com os professores para o ensino remoto. Também vai criar 29 estúdios de gravação para produzir aulas.

Na USP, a previsão também é de manter as atividades a distância em 90% das disciplinas até o final deste ano. Segundo a instituição, das 6 mil disciplinas ofertadas no primeiro semestre deste ano, 92% ocorreram de forma remota.

A retomada das atividades presenciais para todos os alunos exige investimentos altos, em um momento que as três universidades projetam ter redução orçamentária de 11,5% (cerca de R$ 1,2 bilhão a menos) para este ano, com a queda da arrecadação no estado.

Com a pandemia, as instituições estão desde 17 de março com restaurantes, bibliotecas, centros esportivos e culturais fechados. A retomada das aulas presenciais exigirá um plano de volta gradual para a retomada desses serviços.

“A estrutura da universidade é grande e complexa. Não podemos exigir que os alunos voltem às aulas sem que tenham acesso ao restaurante ou bibliotecas. Precisamos preparar tudo isso, comprar insumos, ter protocolos”, disse Marcelo Knobel, reitor da Unicamp.

As informações são da FolhaPress

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