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Brasil

Justiça determina que cooperativa libere funcionários para velórios de vítimas de explosão

O juiz Alexandre Augusto Campana Pinheiro determinou nesta sexta-feira (28) que a C.Vale libere os funcionários

Redação Jornal de Brasília

28/07/2023 14h45

Foto: Reprodução

Catarina Scortecci

Curitiba, PR (Folhapress)

O juiz Alexandre Augusto Campana Pinheiro, da Vara do Trabalho de Assis Chateaubriand (PR), determinou nesta sexta-feira (28) que a C.Vale libere os funcionários que queiram ir aos velórios das oito vítimas da explosão que aconteceu na unidade da cooperativa em Palotina, na quarta-feira (26).

A liminar atende a um pedido do MPT-PR (Ministério Público do Trabalho do Paraná), que afirma ter tomado conhecimento de que “a direção da empresa estava se recusando a liberar seus empregados para comparecerem às homenagens”.

A Folha procurou a C.Vale, que nega ter impedido a liberação dos funcionários. Em nota, a cooperativa afirma que “liberou do trabalho os colaboradores que quiserem participar dos velórios” e que “está prestando apoio integral às famílias das vítimas”.

A cooperativa também disse que mais de 200 profissionais coordenados por um comitê de gerenciamento de crise estão envolvidos nas operações de resgate e apoio aos familiares e vítimas da explosão.

“As ações incluem o acompanhamento hospitalar, apoio aos familiares, disponibilidade de transporte aos parentes de vítimas que se encontram internadas em hospitais de outros municípios, apoio e contato com serviço público de assistência social e disponibilização de médicos e enfermeiros”, diz a nota.

Dos oito trabalhadores mortos na explosão, sete são haitianos. As vítimas foram identificadas como Reginald Gefrard, 30, Jean Ronald Calix, 27, Michelete Louis, 41, Jean Michele Joseph, 29, Eugênio Metelus, 53, Donald St Cyr, 27, e Alfred Lesperance, 44 anos. Outra vítima identificada é o brasileiro Saulo da Rocha Batista, 54. Uma pessoa segue desaparecida desde a explosão.

Os sete trabalhadores haitianos estão sendo velados de forma coletiva no Ginásio da Umesp (Ginásio de Esportes Romeu Hendges), no Centro de Palotina, nesta sexta. O corpo do brasileiro foi sepultado às 10h.

De acordo com a C.Vale, Saulo trabalhava havia 17 anos na cooperativa como assistente operacional. Os trabalhadores do Haiti eram temporários e atuavam durante período da safra, segundo a cooperativa. Eles foram contratados via Sindicato dos Trabalhadores na Movimentação de Cargas em Geral.

Em sua decisão judicial, Pinheiro determina que a cooperativa providencie a liberação do trabalho de seus funcionários próprios e terceirizados por pelo menos duas horas para que possam ir aos velórios.

“A cooperativa poderá manter o funcionamento mínimo da cadeia produtiva, visando evitar eventuais perdas de produtos, observando a devida segurança de seus funcionários”, escreveu o magistrado.

O juiz estabeleceu ainda uma multa de R$ 20 mil por funcionário, em caso de descumprimento.

VÍDEO MOSTRA O MOMENTO DA EXPLOSÃO
De acordo com a C.Vale, que é uma das maiores cooperativas da América Latina, o acidente ocorreu no final da tarde e atingiu quatro silos. Eles armazenavam 12 mil toneladas de soja e 40 mil toneladas de milho.
De acordo com equipes do Corpo de Bombeiros, as vítimas foram encontradas nos túneis ligados aos silos. Com a explosão, algumas das estruturas de concreto dos túneis foram afetadas e eles ficaram obstruídos.
Embora as investigações sobre a explosão ainda estejam em andamento, equipes de bombeiros que trabalham no resgate das vítimas apontam que acidentes do tipo em silos podem ter ligação com o pó suspenso no ar, dentro de um ambiente confinado.
“Provavelmente é uma explosão por pó. É um ambiente confinado, extremamente perigoso. Existem partículas de pó em suspensão no ar. Estas partículas são combustíveis. Então, qualquer fagulha pode gerar uma explosão”, disse o capitão Guilherme Rodrigues, do Corpo de Bombeiros, durante entrevista à imprensa.
“Esta primeira explosão, próxima ao armazém de número 3, gerou a explosão nos outros armazéns próximos. Então temos quatro armazéns com estruturas colapsadas”, disse Rodrigues.

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