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Brasil

Justiça decreta prisão de ex-marido de galerista americano morto no Rio

Daniel Sikkema, apontado por assassino de Brent Sikkema de ser o mandante, está no exterior e será procurado pela Interpol

Redação Jornal de Brasília

10/02/2024 17h20

BRUNA FANTTI
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)

A juíza Tula Correa de Mello, titular da 3ª Vara Criminal do Rio, decretou as prisões preventivas dos cubanos Daniel Sikkema e Alejandro Triana Prevez por homicídio, informou a assessoria do Tribunal de Justiça neste sábado (10).

A juíza determinou, ainda, que o mandado de prisão de Daniel seja encaminhado à Difusão Vermelha da Interpol, por intermédio da Polícia Federal, já que o acusado se encontra no exterior. Daniel não foi encontrado pela reportagem, que tentou contato telefônico. A defesa de Prevez, que está preso no Rio, afirma que seu cliente cometeu o crime. Agora, sua prisão passou de temporária para preventiva.

Daniel é ex-marido do galerista americano Brent Sikkema, morto com 18 facadas, na zona sul do Rio de Janeiro, no interior de sua residência, em 14 de janeiro. Prevez foi preso quatro dias depois e, em um segundo depoimento, assumiu a autoria do crime. Ele se encontra em um presídio da zona oeste do Rio.

Em depoimento com a presença dos advogados, no presídio, Prevez disse que Daniel foi o mandante do assassinato.

Na denúncia da promotoria, consta que Daniel contratou Prevez para matar Brent com a promessa de pagamento de US$ 200 mil (cerca de R$ 1 milhão). Assim, seguindo o plano, Prevez veio para o Brasil, seguindo as coordenadas oferecidas por Daniel e sendo auxiliado financeiramente por ele.

Na madrugada do dia 14 de janeiro, Prevez, utilizando-se das chaves fornecidas por Daniel, enviadas de Nova Iorque por uma empresa de logística, entrou na residência da vítima, no Jardim Botânico, na zona sul do Rio, e a golpeou a vítima 18 vezes.

No relato feito à polícia, cujas informações constam em processo judicial, o cubano afirma que Daniel teria dito que o galerista pa gava valores baixos de pensão, gastava dinheiro com drogas, festas e garotos de programa. Além disso, tinha receio de que um novo relacionamento de Brent pudesse prejudicar a repartição dos bens. Daniel e Brent tinham brigas após o divórcio e o galerista teria confidenciado a amigos que estava novamente apaixonado.

Brent Sikkema era coproprietário da galeria Sikkema Jenkins & Co, no bairro nova-iorquino do Chelsea, dono de uma fortuna, e um dos nomes mais celebrados da cena artística mundial. Ele era marchand do artista Jeffrey Gibson, que representa os Estados Unidos na próxima Bienal de Veneza, em abril.

COMO FOI O CRIME, SEGUNDO A POLÍCIA

Alejandro Triana Prevez, de 30 anos, é cubano e foi preso por suspeita do assassinato de Brent Sikkema, a facadas, na madrugada de 14 de janeiro no Rio de Janeiro. A polícia afirma que ele saiu de São Paulo no dia anterior para cometer o crime e retornou ao estado logo depois.

Imagens do pedágio da rodovia Presidente Dutra auxiliaram a polícia a chegar ao paradeiro do suspeito.

O veículo utilizado no crime, um Fiat Palio, de cor prata, ficou estacionado em frente ao sobrado que o americano usava para passar férias no Rio de Janeiro.

As imagens da Dutra mostram o cubano passando pelo pedágio, na altura de Paracambi, às 13h20 de sábado, 13 de janeiro, vindo de São Paulo, com direção ao local do crime. Ele estacionou na rua da vítima às 16h53 do mesmo dia.

Às 22h42, o suspeito desceu do carro e seguiu em direção a um restaurante, retornando logo em seguida. O americano chega a sair de casa à noite e fica cerca de uma hora e meia fora da residência, retornado sozinho. Nesse período, Prevez permaneceu no carro.

O suspeito sai do carro novamente às 3h42 da madrugada de domingo, ficando, então, dentro do veículo estacionado por cerca de 11 horas até entrar na casa da vítima.

A investigação afirmava que ele utilizou para entrar na residência uma chave micha, instrumento capaz de abrir fechaduras. Após ficar cerca de dez minutos no local, ele saiu da residência, entrou no carro, e retornou para São Paulo.

Com o rastreamento da placa, a polícia localizou o endereço da proprietária do veículo e solicitou a cooperação da Polícia Civil de São Paulo.

Os policiais civis de São Paulo foram até a residência da proprietária, na Chácara Monte Alegre, na capital paulista. Lá, encontraram o filho da dona do veículo que informou aos agentes que o carro estava sendo utilizado por Prevez.

O filho da proprietária afirmou que a mãe de Prevez era amiga da sua mãe e, por isso, ela emprestou o carro após ele dizer que precisava fazer entregas. O suspeito foi preso em Minas Gerais e pretendia, segundo a polícia, fugir para a Bolívia.

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