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Brasil

Jornalista diz que foi enforcado por seguranças do Rock in Rio por racismo

Manso diz que, ao fim do show do cantor João Gomes, na Arena Itaú, um homem o abordou e o acusou de furtar cervejas e o próprio celular

FolhaPress

07/09/2022 8h22

A GFK é responsável por medir durante os sete dias de shows como está o sentimento das pessoas em relação às ativações e infraestrutura do Rock in Rio

Bruno Cavalcanti
São Paulo-SP

Na madrugada de segunda-feira (5), o jornalista Marcelo Manso esteve numa delegacia do Rio de Janeiro para registrar um boletim de ocorrência contra a produção do Rock in Rio, afirmando ter sido agredido fisicamente e sofrido racismo. A assessoria de imprensa do festival nega a acusação.

Manso diz que, ao fim do show do cantor João Gomes, na Arena Itaú, tentou sair do espaço pelo mesmo lugar por onde entrou, mas foi impedido e orientado a encontrar outra saída. Ele conta que a equipe da Arena apontou outro caminho, mas um homem o abordou e o acusou de furtar cervejas do espaço e o celular que tinha em mãos.

O jornalista, que cobria o festival para um portal de notícias independente, o + Brasil, diz que começou a filmar a discussão, enquanto um funcionário chamou um segurança, que o teria imobilizado com um mata leão. “Eu não conseguia respirar. Eles pediam que eu desbloqueasse o celular para apagarem o registro, e eu não conseguia, estava sufocando. Eles disseram: ‘é claro que você não vai conseguir desbloquear, você não tem condições de comprar um celular desses, você roubou’.”

Ao se recusar a desbloquear o aparelho, o jornalista diz que foi erguido do chão e começou a sentir que poderia desmaiar. Ele, então, decidiu entregar o aparelho. “Apagaram todos os dados, pegaram minha senha do iCloud e apagaram o vídeo de lá também”, comentou. “Eu senti minha dignidade descendo pelo ralo. Vi que estavam me levando para outro lugar e comecei a gritar até que me levaram para a saída do evento e não me deixaram retornar.”

https://twitter.com/marceloporaqui/status/1566933068799172608

Manso fez um exame de corpo de delito, que apontou a “ausência de sinais externos de violência vinculáveis ao evento”.

Em nota enviada à reportagem, o Rock in Rio diz que Manso “precisou ser retirado pela equipe de produção de uma área restrita de backstage porque ele invadiu e tentou entrar no contêiner de um dos diretores de palco”. O Rock in Rio informou ainda que o espaço tinha câmeras de segurança. Segundo o festival, o episódio não é visto nas imagens.

A produção diz que, “no momento do ocorrido, Manso agrediu verbalmente o diretor do evento de 74 anos e teve sua credencial retida”. A organização informa ainda que está tomando as medidas legais cabíveis.

Já o Itaú afirma que não tem relação com o caso. “A situação não aconteceu na Arena Itaú, conforme nota divulgada pelos organizadores do festival. O banco esclarece, ainda, que a segurança de todo o evento é realizada diretamente pelo Rock in Rio.”

O caso deverá ser investigado pela 42º Delegacia de Polícia Civil do Rio de Janeiro, onde o boletim de ocorrência foi registrado como lesão corporal.

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