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Brasil

Jatinho e mansões: planilhas do PCC revelam luxos e movimentação bilionária

Investigadores apreenderam planilhas detalhadas sobre a contabilidade da facção. A movimentação global da Orcrim ultrapassar R$ 1 bi por ano

Redação Jornal de Brasília

14/09/2023 7h44

Foto: Sérgio Lima / AFP

Dois operadores financeiros do PCC (Primeiro Comando da Capital) entraram na mira do MP-SP, com movimentações de mais de R$ 100 milhões por ano. Eles são apontados como líderes dos principais núcleos de lavagem de dinheiro da facção.

Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, foi preso preventivamente nesta terça-feira, 12, na segunda fase da Operação Sharks. Odair Lopes Mazzi, o Dezinho, já havia sido preso em julho, em um resort de luxo em Pernambuco.

Os dois levavam uma vida nababesca. A rotina era de viagens internacionais em aviões privados, carros de luxo, mansões e roupas e assessórios de grife.

Os investigadores apreenderam planilhas detalhadas sobre a contabilidade da facção. A movimentação global da organização criminosa ultrapassaria R$ 1 bilhão por ano, segundo o MP.

Investigadores afirmam que Dezinho levava vida de luxo

A investigação mira o alto escalão da facção. O Ministério Público de São Paulo, por meio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), vem tentando sufocar as finanças da organização. A estratégia é tentar descapitalizar o grupo por meio da apreensão de bens, do bloqueio de contas bancárias e do cerco aos laranjas e empresas de fachada usadas para lavar o dinheiro do tráfico.

“O interesse das investigações é por contas bancárias, cartões e escriturações da imóveis”, afirmou o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mario Sarrubbo.

A segunda fase da Operação Sharks também envolveu o cumprimento de 20 mandados de busca e apreensão em São Paulo, na Baixada Santista e na Bahia. Os policiais apreenderam armas e munições, 35 relógios, celulares, computadores, documentos e dinheiro (R$ 65.629, além de 2 mil euros, 4 mil dólares e 9 mil pesos argentinos).

Tuta foi adido em consulado

Tuta — principal líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) nas ruas até 26 de abril de 2022, quando foi excluído da facção criminosa —, exerceu o cargo de adido comercial no Consulado de Moçambique em Minas Gerais durante um ano, segundo a coluna no UOL de Josmar Josino em maio. Ele recebia um salário de R$ 10 mil mensais.

Tuta ocupou a função no período de julho de 2018 até julho de 2019, mesmo sendo procurado pela polícia paulista. Até maio, promotores afirmavam que Tuta havia sido assassinado no ano passado — mas o PCC dizia que ele foi expulso, deixando dúvidas sobre seu paradeiro.

Estadão Conteúdo

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