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Brasil

Infestação de lagartas mata mais de 7.000 bois e destrói plantações em Roraima

Governo do estado vinculou a proliferação das pragas à combinação do período de seca e incêndios florestais

Redação Jornal de Brasília

29/06/2024 12h38

Mais de 7.000 bois já morreram em Roraima por falta de pasto devido a praga das lagartas – TV Globo/Reprodução

ALÉXIA SOUSA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)

Mais de 7.000 bovinos morreram de fome por falta de pasto em propriedades rurais dos municípios de Alto Alegre, Bonfim, Cantá, Caroebe, Iracema e Mucajaí, em Roraima. De acordo com o governo do estado, o problema é causado pela infestação de lagartas e ervas daninhas que têm devorado a comida do rebanho.

O Iater (Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural), órgão do governo que acompanha a situação junto aos produtores afetados, estima que mais de 50 mil hectares de pasto em 840 propriedades de Roraima tenham sido devastados desde o início de maio.

Por causa do número crescente de gado que morre diariamente, o governo decretou situação de emergência no estado, para oferecer apoio financeiro a produtores rurais das áreas mais afetadas.

“Diante desse cenário preocupante, o governo do estado, entidades do eixo agro, especialistas e autoridades locais estão intensificando esforços para monitorar e controlar os impactos adversos sobre a agricultura, pecuária e a economia rural”, disse o Executivo, em nota.

O governo vinculou a proliferação das pragas à combinação de estiagem prolongada e incêndios florestais. Roraima enfrentou o período de seca de outubro até abril, deixando o estado com o maior número de focos de calor do país, com recorde em fevereiro.

Durante o período seco, os incêndios florestais na amazônia espalharam fumaça que encobriu até a capital Boa Vista. Os rios secaram, entre eles o rio Branco, principal do estado.

Ainda segundo as autoridades, esse desequilíbrio ambiental reduz a população de inimigos naturais das pragas e facilita a proliferação rápida e agressiva da lagarta militar (Spodoptera sp.) e do percevejo-das-gramíneas (Blissus leucopterus), que causam danos significativos nas pastagens e plantações.

“Estas pragas têm atacado severamente as pastagens, reduzindo a disponibilidade de forragem e comprometendo a produção animal. Elas devoram o pasto que serve de alimento para os bois”, explicou o Iater.

O órgão vinculado ao governo afirma ainda que esses eventos têm gerado prejuízos econômicos consideráveis principalmente para os pequenos produtores, que dependem das pastagens para manter a produtividade de seus rebanhos.

“A falta de forragem não apenas reduz a produção de carne e leite, mas também impacta negativamente o sustento das famílias rurais que exploram a bovinocultura”, pontuou o Iater.

Com o decreto de emergência, o governo também criou o Programa Emergencial de Apoio à Pecuária Familiar. A medida prevê a contratação temporária de pessoas, dispensa de licitação para aquisição de bens e serviços essenciais, além da convocação de voluntários para reforçar as ações de resposta ao desastre.

O governo também anunciou o o repasse de R$ 1.750 aos produtores rurais para o combate às pragas e recuperação do pasto nas propriedades. O valor será concedido por meio do programa Desenvolve Roraima, com o teto máximo de 5 hectares para cada produtor, o equivalente R$ 8.750.

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