Menu
Brasil

Fotojornalismo em luto com a perda de Dida Sampaio; Veja trajetória do profissional

Um dos maiores fotojornalistas do país, morreu hoje aos 53 anos, após resistir internado por duas semanas por conta do rompimento de um aneurisma cerebral

Redação Jornal de Brasília

25/02/2022 21h42

Atualizada 26/02/2022 9h10

Foto: Reprodução/Instagram

Por Tereza Neuberger
[email protected]

Do analógico ao digital, Dida Sampaio viveu uma brilhante jornada. Começou seu caminho profissional no Jornal de Brasília até alcançar O Estado de S. Paulo. Dida, o profissional que nunca perdeu uma foto, resistiu bravamente por duas semanas após ser internado por sofrer o rompimento de um aneurisma cerebral no dia 10 de fevereiro. Francisco de Assis Sampaio deixou uma grande lacuna no fotojornalismo brasileiro, falecendo aos 53 anos nesta sexta-feira (25).

O cearense faz parte de uma geração única da imprensa brasileira. Dida começou no jornalismo no Jornal de Brasília. Na época, ainda na função de contínuo, Dida foi levado para fotografia do Jbr pelas mãos do então editor de fotografia, Cláudio Alves.

Subindo os degraus da carreira

Como todo grande repórter daquele período, o profissional começou pelo laboratório. Ali, revelando imagens, teve seu primeiro contato próximo com o fotojornalismo. Com o tempo, Dida conquistou a confiança do chefe que lhe permitiu colocar as mãos em uma câmera fotográfica.

Ainda na redação do Jbr, casou-se com Dona Ana, sua companheira de vida e viu nascer sua primeira filha. Logo após, deixou o Jornal de Brasília.

Dida Sampaio e seu olhar fotográfico atravessaram a rua entrando pela porta da frente do Correio Braziliense, onde se destacou e fez grandes coberturas, o que o levaram à maior agência de fotografia da América Latina, a Agência Estado.

No Estadão, conheceu o mundo, “Ele cobriu vários presidentes da república, e todo o meandro do poder. Viu e presenciou como poucos a transição do analógico para o digital o seu reconhecimento é notório, finalista de grandes prêmios, tornou-se notável por nunca perder uma foto.”, conta emocionado o editor-chefe da versão online do Jornal de Brasília, Lindauro Gomes. Os dois tiveram seu primeiro contato aos 16 anos. Desde então, o fotojornalista marcou a vida do editor.

Wilson Pedrosa enxergou todo o potencial de Dida e permitiu que o fotojornalista eternizasse seu olhar atento e excepcional pelo O Estado de S. Paulo. ”O Dida era um dos melhores fotojornalistas do Brasil, eu vi o grande potencial do Dida e precisava trazer ele”, conta Pedrosa sobre a época em que o fotojornalista foi para Estadão.

Uma lenda do fotojornalismo

“Sem dúvida o Dida vai ser lembrado e marcado eternamente pelo excelente trabalho. Ele faz parte de uma geração que não tem mais como produzir na imprensa”, afirma Pedrosa.

“Dida Sampaio sempre foi muito comprometido com o trabalho, ele não se contentava em apenas fazer, ele sempre tentou fazer o melhor e era isso que o diferenciava da maioria.” conta com pesar o fotojornalista Edilson Rodrigues, que também encontrou com Dida durante sua jornada.

A notícia da morte de Dida deixou um clima de grande pesar entre os muitos colegas que acompanharam sua jornada na capital federal, o fotojornalista deixou um grande legado e serviu e ainda serve de inspiração para muitos profissionais da área.

Para o mestre do fotojornalismo, Josemar Gonçalves, que também conheceu Dida logo no início de sua trajetória, Dida era como um filho. “Quando ele ganhou os prêmios Esso e outros eu fiquei super orgulhoso de ver um cara que se esforçou tanto, um guerreiro da fotografia.”, conta saudoso.

Trabalho e família eram os valores que o singular fotojornalista levava consigo, foi vencedor de dois prêmios Esso e três Vladimir Herzog, premiações de maior prestígio no cenário do jornalismo nacional.

O nosso repórter dos campos cobriu não só o cenário político em Brasília, mas também produziu imagens memoráveis por todo país. Dida deixa uma bela família, colegas inspirados e grandes amigos, e imagens de uma história viva nacional que ficarão registradas para sempre.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado