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Brasil

Força-tarefa irá investigar ação policial no Jacarezinho

Intitulada de Operação Exceptis, a ação que ocorreu no Jacarezinho, na última quinta-feira (6), contou com uma equipe de 250 policiais civis e resultou na morte de 27 suspeitos e um policial

Redação Jornal de Brasília

11/05/2021 12h44

Foto: Mauro Pimentel/AFP

Nesta terça-feira (11), o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) anunciou que irá criar uma força-tarefa para investigar a ação policial no Jacarezinho, que deixou 28 mortos, incluindo um policial.

Intitulada de Operação Exceptis, a ação que ocorreu no Jacarezinho, na última quinta-feira (6), contou com uma equipe de 250 policiais civis e resultou na morte de 27 suspeitos, dois sem ficha criminal, além do agente André Leonardo Mello Frias, de 48 anos.

Além das 28 mortes, a força-tarefa designada pelo MPRJ irá apurar cinco tentativas de homicídios contra policiais, duas contra passageiros que estavam no metrô e fraude processual.

O procurador-geral de Justiça do Rio, Luciano Mattos foi quem anunciou a medida:

“Essa força-tarefa contará com toda a estrutura do Ministério Público, de peritos que temos e outros que precisarem. Nosso trabalho tem sido cuidadoso”, disse.

Mattos afirma que a polícia está agindo com transparência e que não há qualquer resistência contra o andamento das investigações. Ele disse ainda que a autorização da MP não era obrigatória, no caso da operação. Segundo ele, o Supremo Tribunal Federal (STF) requisitou apenas que a polícia comunicasse o MP.

No entanto, desde junho do ano passado, o STF suspendeu operações em favelas durante a pandemia. Com a medida, as ações policiais passaram a ser permitidas apenas em “hipóteses absolutamente excepcionais” e após comunicação e justificativa ao MP.

O promotor André Cardoso irá comandar a força-tarefa. De acordo com o promotor, os agentes do MPRJ não chegaram a entrar no Jacarezinho no dia da operação.

“Tomamos conhecimento dos fatos e fomos até o batalhão da área. Não ingressamos na comunidade porque não estava estabilizada e havia risco. Fomos à Cidade da Polícia. Instauramos o procedimento de investigação e solicitamos um perito para ir ao IML. Ele acompanhou as 27 necrópsias. Agora, aguardamos laudos e relatório do perito”.

André Cardoso afirmou que os promotores estão recebendo o depoimento das testemunhas e apurando as denúncias, entre elas, a de que os presos teriam carregado os corpos dos mortos. “Não tem como confirmar, vai ser relatado ao final. Não tenho conhecimento ainda sobre os laudos. Ao final das investigações, vamos pontuar o que realmente aconteceu”.

A promotora Patrícia Leite Carvão, coordenadora-geral de Promoção da Dignidade da Pessoa Humana, também disse que o MP está ouvindo todas as partes: “Hoje, estivemos com a Defensoria. O nosso propósito é atender todas as famílias. Conseguimos trazer algumas pessoas aqui para serem ouvidas”.

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