A Polícia Federal realiza nesta quarta-feira (2) uma operação para investigar suposta fraude na contratação de um hospital de campanha no Amazonas. Durante o cumprimento dos mandados de prisão e de busca e apreensão, um empresário alvo das buscas recebeu policiais a tiros.
O empresário é Nilton Lins. Ele é dono da unidade alugada pelo governo do Amazonas. Após receber a tiros os policiais, ele teria se escondido no Consulado da Suécia em Manaus.
São cumpridos seis mandados de prisão temporária, sendo um deles contra o secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campelo. Há ainda 19 ordens de busca e apreensão. Duas delas serão cumpridas na casa e no gabinete do governador Wilson Lima. Também há mandados em Porto Alegre-RS.
De acordo com as investigações, funcionários da Secretaria de Saúde do Amazonas fraudaram o processo de contratação para favorecer empresários do estado. Eles teriam sido orientados pelo próprio governo local. A PF afirma que a unidade hospitalar não atende às necessidades básicas de assistência à população atingida pela pandemia, o que coloca pacientes e servidores em risco.
Verificou-se, ainda, que contratos das áreas de conservação e limpeza, lavanderia hospitalar e diagnóstico por imagem contêm indícios de montagem e direcionamento de procedimento licitatório, além de preço elevado e da não prestação dos serviços contratados. Os acordos foram firmados em janeiro deste ano junto ao governo do Amazonas.
Os indiciados poderão responder pelos crimes de fraude à licitação, peculato e pertencimento a organização criminosa e, se condenados, poderão cumprir pena de até 24 anos de reclusão.