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Brasil

Deputada propõe ao MEC iniciativa para viabilizar psicólogos em escolas após ataque em SP

Deputada propõe ao MEC iniciativa para viabilizar psicólogos em escolas após ataque em SP

FolhaPress

04/04/2023 17h53

Foto: Agência Brasil

Mônica Bergamo

São Paulo, SP

A deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ) oficiou o Ministério da Educação (MEC) e secretários estaduais de educação de todo o país pedindo informações sobre a atual situação da prestação de atendimento psicológico e de assistência social em escolas públicas da rede básica de ensino.


A iniciativa é motivada pelo atentado ocorrido em uma escola estadual paulista no último dia 27. Um aluno que cursava o oitavo ano do ensino fundamental matou a facadas a professora Elisabeth Tenreiro, 71, e feriu outras cinco pessoas.


Nos ofícios, Petrone relembra a lei publicada sob o governo de Jair Bolsonaro (PL) que torna obrigatória a contratação de psicólogos e assistentes sociais para atuar em escolas públicas e pede um levantamento que aponte quantas unidades já se adequaram à legislação.


“É fundamental que as secretarias cumpram a lei, garantindo a presença de profissionais capacitados e experientes para fomentar processos de mediação das relações sociais e institucionais, a criação de espaços de permanente diálogo e de uma cultura de paz, elementos estruturantes e indissociáveis para a construção de uma escola mais acolhedora, inclusiva, democrática e equitativa”, afirma a parlamentar.


Ao Ministério da Educação, a deputada federal propõe que seja criado um grupo de trabalho envolvendo o Poder Legislativo, secretarias de educação e conselhos de psicologia e de serviço social para acompanhar a contratação de profissionais para as escolas.


Como mostrou a Folha de S.Paulo, o Brasil sofre mais de um ataque a cada mês em escolas desde agosto do ano passado. Em oito meses, foram nove ataques de extrema violência, com sete mortes.


O levantamento, feito por um grupo que reúne pesquisadores da Unicamp e da Unesp, contabiliza 22 ataques a escolas brasileiras desde 2002, com um total de 35 mortes (sem contar o parente de um dos agressores em Suzano, morto por eles a caminho da escola).


Isso quer dizer que, em 20 anos, de 2002 até julho de 2022, foram 13 ataques, uma média, portanto, de pouco mais de um ataque a cada dois anos. A média que era bienal passou a ser mensal a partir de agosto de 2022, uma explosão de violência.


O levantamento considera apenas os ataques de extrema violência, ou seja, nos quais houve tentativas de crimes contra a vida, e que foram planejados; estão, portanto, de fora as brigas que surgem no ambiente escolar, mesmo as mais violentas.


Dos 22 ataques, 16 foram cometidos por alunos e 12 por ex-alunos. Os agressores têm de 10 a 25 anos, a maioria é branca e do sexo masculino. Doze foram realizados com armas de fogo, sendo que seis já tinham arma em casa.

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