Juliana Braga
Brasília, DF
O comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, irá participar do ato de 7 de Setembro no Rio de Janeiro, convocado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) na praia de Copacabana. Segundo a assessoria, o almirante de esquadra aproveitará que terá outra agenda na cidade para comparecer ao evento.
Autoridades acompanham com atenção a parada militar na capital fluminense porque foi convocada pelo presidente sob o receio ganhar contornos eleitoreiros e ser palco de novos ataques às instituições e ao processo eleitoral.
Com a possível presença de altas autoridades estrangeiras em Brasília, a expectativa de interlocutores ouvidos pelo jornal Folha de S.Paulo é que, lá, o desfile seja protocolar e que eventuais sinalizações golpistas de Bolsonaro para sua base mais radical fiquem reservadas para o Rio de Janeiro.
Por essa ótica, teme-se que a presença dos comandantes das Forças Armadas no evento possa sinalizar endosso a qualquer comportamento de Bolsonaro “fora das quatro linhas”, como ele costuma dizer, e estimular os apoiadores a agirem como o mandatário.
A reportagem procurou as assessorias do Exército e da Aeronáutica para confirmar se os respectivos comandantes, Freire Gomes e Carlos Almeida Baptista Júnior, também estarão na parada militar, mas ambas se limitaram a responder que as agendas serão divulgadas na página na internet.
A escolha do presidente de participar do desfile no Rio de Janeiro pegou militares que organizam o evento, que acontece tradicionalmente na Avenida Getúlio Vargas, de surpresa. Agora, a cerca de um mês do 7 de Setembro, o Comando Militar do Leste e o Ministério da Defesa buscam alterar o planejamento para atender à ordem do mandatário.