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Brasil

Bruno Senna usa exemplo de Nelsinho Piquet para chegar à F-1

Arquivo Geral

08/02/2007 0h00

A rivalidade existente entre os sobrenomes Senna e Piquet é coisa do passado. Pelo menos é o que garantem os sucessores dos dois maiores nomes do automobilismo brasileiros. Às portas da Fórmula 1, Nelsinho Piquet e Bruno Senna têm uma relação que nem de longe lembra as brigas e confusões envolvendo os tricampeões mundiais Nelson Piquet e Ayrton Senna. Fora das pistas, os dois jovens são colegas e se respeitam muito, a ponto de o sobrinho do paulista usar o filho do carioca como exemplo em sua primeira temporada na Fórmula GP2, quando correrá pela equipe Arden.

Atualmente piloto de testes da Renault, campeã entre os Construtores nas duas últimas temporadas, Nelsinho passou dois anos na GP2 antes de conseguir um lugar na principal categoria do automobilismo mundial. E é exatamente isso que Bruno planeja para sua carreira. “Uma boa referência para mim seria o Nelsinho Piquet. No primeiro ano lá, ele ficou em décimo lugar na temporada e no segundo foi o vice-campeão. É claro que este ano eu quero ser bem mais que o décimo, mas essa consistência é o que vai ser o mais importante para mim”, comentou.

Bruno deixou bem claro que pode até acontecer de ele estar já em 2008 entre as estrelas do automobilismo, mas sua meta é conseguir o “acesso” somente daqui a dois anos. “Fizemos um plano de ficar dois anos na GP2. Não é impossível eu ser como o Lewis Hamilton (piloto inglês que após ser campeão da categoria em seu ano de estréia conseguiu uma vaga de titular na McLaren), mas o objetivo mesmo é estar na Fórmula 1 em 2009”, explicou.

E, para isso, Bruno nem sonha com o título. “Às vezes nem precisa ser campeão para as equipes te descobrirem, pois eles não analisam apenas os resultados, mas sim as condições em que você está correndo. Isso é animador”, afirmou.

Até chegar no topo, porém, Senna terá um caminho árduo pela frente. A primeira meta é se adaptar ao carro da Arden, que não combina 100% com o seu estilo de pilotagem. Essa dificuldade faz com que o piloto evite criar expectativas sobre resultados este ano. “Terei seis dias de treinos até o início da temporada e só depois disso dá para falar o que vai ser satisfatório para mim nesta primeira temporada na GP2”, garantiu.
Outro fator ao qual Bruno terá que se adaptar é o carro bem mais potente que o da Fórmula 3 Inglesa, categoria na qual foi o terceiro colocado em 2006. A potência do motor, por exemplo, sobe de 200 para 600 cavalos, mas segundo o brasileiro, este não será o maior problema. “Depois de algumas voltas você já acostuma com a nova potência do carro. É um pulo grande, mas agradável. O mais complicado mesmo são os freios, pois na GP2 eles usam carbono já que o carro tem uma aderência maior. E como o carro chega mais rápido, você tem que frear mais rápido também”, contou.

A adaptação começou no final do ano passado, quando o piloto participou de alguns treinos coletivos da categoria. De acordo com ele, entretanto, ainda há muito a se fazer. “Foram sete dias de treino e testei por quatro equipes diferentes. Como cada uma tem um jeito de carro, tenho muito a aprender. Ainda bem que tem essa pré-temporada”, relatou.

A GP2 fará testes coletivos a partir do próximo da 21, no circuito francês de Paul Ricard, enquanto a temporada começa em 14 de abril, no Bahrein. “Sei que treinar é uma coisa e corrida é outra, principalmente na GP2, onde você fica seis horas na pista treinando e antes da corrida só tem 30 minutos para conhecer a pista antes do classificatório. Por isso, a pré-temporada vai ser importante para deixar a equipe preparada”, emendou.

Outro desafio será o grande número de pilotos experientes na pista em 2007. Com a ascensão de Nico Rosberg e Lewis Hamilton direto para uma vaga de titular na Fórmula 1, a GP2 passou a chamar a atenção de pilotos em busca de uma nova chance no automobilismo, caso do brasilerio Antonio Pizzonia, do italiano Giorgio Pântano e do alemão Timo Glock.

“Esses pilotos mais experientes vão ser as pedras no meu caminho”, admite Bruno. “Seria bem mais fácil se eles não estivessem lá, mas eu entendo essa situação como na época do meu pulo para a Fórmula 3 Inglesa, onde muitos pilotos têm três ou quatro anos correndo lá. E isso acelerou bastante o meu aprendizado. Espero que o mesmo aconteça agora”, ressaltou.

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