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Brasil

Após ação com 25 mortos, polícia do RJ diz que cumpriu regras do STF e critica ativismo

“Por conta de um ativismo judicial na discussão social, foi dificultada a ação da polícia em algumas localidades”, afirmou Rodrigo Oliveira.

Redação Jornal de Brasília

06/05/2021 19h14

Foto: Divulgação/Governo do Rio

Italo Nogueira e Júlia Barbon
RIio de Janeiro, RJ

A Polícia Civil do Rio de Janeiro afirmou que respeitou todas as exigências do STF (Supremo Tribunal Federal) na operação desta quinta (6) que acabou com 25 mortos na favela do Jacarezinho, na zona norte carioca, e criticou o que chamou de “ativismo judicial”. Foi a ação mais letal da história do estado.

“De um tempo para cá, por conta de algumas decisões e um ativismo judicial que se viu muito latente na discussão social, fomos de alguma forma impedidos ou foi dificultada a ação da polícia em algumas localidades”, afirmou o delegado Rodrigo Oliveira, subsecretário de Planejamento e Integração Operacional.

“O resultado disso nada mais é do que o fortalecimento do tráfico. Quanto menos você combate, quanto menos você se faz presente, o tráfico obviamente vai ganhando cada vez mais poder, expandindo seus domínios e avançando cada vez mais para dentro da sociedade organizada”, continuou Oliveira.

O estado está sob a vigência de uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que limita ações policiais em comunidades a situações excepcionais desde junho do ano passado, durante a pandemia. As polícias são obrigadas a justificar as incursões ao Ministério Público.

Oliveira culpou ativistas, em parte, pela morte do policial André Frias, 45, atingido na cabeça logo no início da operação por um criminoso que estava atrás de uma estrutura de concreto, segundo os delegados. “Alguns pseudoespecialistas de segurança pública, e nós temos diversos na sociedade brasileira, inventaram a lógica de que quanto maior produção de conhecimento de inteligência menor seria a reação por parte do crime. Isso não funciona dentro das comunidades do Rio de Janeiro, em especial junto a uma facção criminosa”, disse se referindo ao Comando Vermelho.

“Parte desse ativismo que de alguma forma orienta a sociedade numa determinada direção definitivamente não está do lado da Polícia Civil e da sociedade de bem. Os interesses deles são diversos, são outros. E eu queria deixar muito claro que o sangue desse policial que faleceu hoje em prol da sociedade de alguma forma está na mão dessas pessoas, dessas entidades”, continuou.

Questionada, a polícia não esclareceu a dinâmica das mortes e disse apenas que os confrontos ocorreram por toda a comunidade. Dos 21 mandados de prisão que motivaram a operação, três foram cumpridos e outros três alvos foram mortos. Além desses, outros três suspeitos foram detidos em flagrante.

Foram apreendidas 16 pistolas, seis fuzis, uma submetralhadora, uma escopeta e 12 granadas. Também foi encontrada uma munição de canhão, classificada por Oliveira como uma arma de guerra. A polícia argumenta que a incursão foi realizada dentro da legalidade e que todos os locais foram periciados pela Divisão de Homicídios. Duas das mortes ocorreram num momento em que duas peritas analisavam o local de morte de suspeitos -exigência da decisão do STF.

As informações são da FolhaPress

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