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Brasil

Ao menos nove mortos em operação policial no Complexo da Penha, no Rio

Esta nova incursão ocorre logo depois de outras 33 mortes nas mãos das forças de segurança nos últimos cinco dias: 14 em SP e 19 na BA

Redação Jornal de Brasília

02/08/2023 13h48

Foto: Rafael Campos/Governo do Rio de Janeiro

Ao menos nove pessoas morreram nesta quarta-feira (2) em uma operação policial contra o tráfico de drogas no Complexo da Penha, um conjunto de favelas na zona norte do Rio de Janeiro, informou a Polícia Militar.

Esta nova incursão ocorre logo depois de outras 33 mortes nas mãos das forças de segurança nos últimos cinco dias: 14 no estado de São Paulo e 19 na Bahia.

O objetivo da ação no Rio era “localizar e prender integrantes de facções criminosas” da região, cujos líderes se reuniriam nesta quarta, segundo informações de Inteligência que guiaram a operação, informou a nota da polícia.

A polícia informou ainda que os agentes “foram atacados a tiros” por indivíduos armados e que houve confronto. “Onze suspeitos foram socorridos” e levados para um hospital, mas “nove deles não resistiram” aos ferimentos.

Entre os mortos, há dois líderes de facções criminosas, indicou a polícia. Um policial militar ficou ferido, mas se encontra em situação “estável”. Foram apreendidos sete fuzis, munições e granadas.

Crime organizado na mira

Operações policiais sangrentas em favelas se multiplicaram na última semana. No estado de São Paulo, o gatilho foi o assassinato a tiros de um policial da Rota, Patrick Bastos Reis, de 30 anos, durante uma patrulha em uma comunidade do Guarujá, na Baixada Santista, a 60 km da capital.

Em resposta, as forças de segurança lançaram a chamada Operação Escudo contra o crime organizado, que deixou até o momento 14 mortos desde o fim de semana, informaram as autoridades.

O governador Tarcísio de Freitas (PRB) disse que o tráfico de drogas tomou a Baixada Santista, região formada por nove municípios próximos à cidade de São Paulo.

Freitas, ex-ministro do ex-presidente Jair Bolsonaro, justificou a represália aos suspeitos em “confrontos” com a Polícia Militar.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse na segunda-feira que a reação na Operação Escudo não lhe parecia “proporcional em relação ao crime que foi cometido”.

Mas a onda de violência registrada nos últimos dias também veio da Bahia, estado governado por Jerônimo Rodrigues (PT). Lá, uma operação policial lançada na última sexta-feira resultou na morte de sete “suspeitos” na cidade de Camaçari, 50 km ao norte de Salvador.

No domingo, em Itatim, 200 km a oeste, oito pessoas morreram em uma ação da polícia. E outras quatro foram mortas durante outra operação em um bairro de Salvador.

Em 2022, o Brasil registrou 6.429 mortes nas mãos da polícia, o que equivale a 17 por dia, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

© Agence France-Presse

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