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Brasil

Anvisa diz que Butantan não apresentou dados para terceira dose da Coronavac

Agência reitera que a ideia de recomendar uma terceira dose “é complexa”. SP e RJ já se planejam

Willian Matos

04/09/2021 9h55

Vacina CoronaVac no HUB. Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Instituto Butantan-SP se reuniram na sexta-feira (3) para tratar sobre o andamento da vacina contra a covid-19 Coronavac, a primeira utilizada no Brasil. No encontro, o Butantan não mostrou dados sobre a necessidaide de uma terceira dose do imunizante.

A Anvisa confirma que um dos temas do encontro foram os dados e estudos acerca da necessidade de mais uma dose de reforço. Contudo, segundo a agência, o Butantan não apresentou informações necessárias sobre o tema.

“Para que a Anvisa decida a terceira dose/reforço usando a vacina Coronavac, há necessidade de apresentação de estudos e dados que sustentem essa indicação e posologia. Esses dados não foram apresentados pelo Instituto Butantan”, afirma a agência em nota.

O órgão reitera que a ideia de recomendar uma terceira dose “é complexa e requer, além dos dados clínicos e epidemiológicos, uma consideração dos aspectos estratégicos e programáticos nacionais, conforme alerta a Organização Mundial da Saúde”.

Os estados de São Paulo e Rio de Janeiro já se manifestaram a favor de aplicar a terceira dose da Coronavac na população. Em SP, a dose de reforço começa a ser ministrada já na próxima segunda-feira (6). No Rio de Janeiro, o Estado pretende misturar as vacinas. Quem tomou duas doses de Coronavac deve receber Pfizer, AstraZeneca ou Janssen na 3ª dose.

O infectologista Júlio Croda, pesquisador da Fiocruz e ex-membro do Centro de Contingência contra a covid de São Paulo, vê com bons olhos a combinação de vacinas, mas aponta que oferecer a Coronavac como terceira dose para os idosos não é uma boa estratégia. “A terceira dose com Coronavac pode ser aplicada em profissionais da saúde jovens, mas não nos grupos de risco. Os idosos estão mais vulneráveis atualmente e continuarão assim se usarmos a Coronavac no reforço”, afirma Croda, ao jornal O Estado de S.Paulo.

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