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Brasil

21 estados e DF registram queda ou estabilidade na incidência de dengue

Ceará, Mato Grosso, Pará, Sergipe e Tocantins são os estados que ainda têm uma tendência de aumento de casos da doença

Redação Jornal de Brasília

01/05/2024 13h59

Coleta para exame de dengue, Fotos: Davidyson Damasceno/IgesDF

Luana Lisboa
São Paulo, SP (Folhapress)

No Brasil, 21 estados e o Distrito Federal estão em tendência de queda ou estabilidade na incidência de dengue. Outras cinco unidades federativas ainda apresentam alta da doença, apontam dados atualizados na terça-feira (30) pela secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, em entrevista a jornalistas.

Ceará, Mato Grosso, Pará, Sergipe e Tocantins são os estados que ainda têm uma tendência de aumento de casos da doença.

Enquanto 14 locais têm tendência de queda, oito têm de estabilidade. Os dados correspondem à 17ª semana epidemiológica, que corresponde aos dias 21 a 27 de abril.

Na semana epidemiológica anterior, eram 11 estados em tendência de queda, 10 em estabilidade e 6 em aumento de incidência.

As mudanças foram registradas nos estados da Paraíba, Paraná, e Rio de Janeiro, que estavam com tendência estável, e passaram a apresentar uma queda na incidência. O Maranhão, que estava em aumento, passou a registrar estabilidade.

“Essa epidemia tem um padrão diferente das outras. O que observamos é que houve uma subida muito rápida de casos e demorou oito semanas para subir, e esperamos tempo semelhante para descer. Os estados em queda foram os que iniciaram primeiro a subida, que foi explosiva”, disse Maciel.

Segundo a secretária, os locais com tendência de aumento são os quais, historicamente, o aumento de casos de dengue é mais tardio ao longo do ano. É o caso dos estados do Nordeste. Sobre os demais, deve ser feita uma análise mais minuciosa do que está acontecendo, disse.

Durante a coletiva, a secretária falou ainda da inauguração da biofábrica Wolbachia, em Belo Horizonte (MG), parceria do Ministério com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

A unidade terá laboratórios para a produção do método wolbachia, que consiste na liberação de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria wolbachia. O organismo impede que os vírus da dengue, zika e chikungunya se desenvolvam no inseto, o que evitaria a transmissão da doença.

“Estamos tirando o método wolbachia do cenário da pesquisa para um patamar de incorporação como política pública. Essa ação tem resultado de médio e longo prazo, mas nós já temos bons resultados”, afirmou a secretária.

Um artigo publicado na revista científica The Lancet Infectious Diseases mostrou, em 2022, que a iniciativa surtiu efeito no Rio de Janeiro, onde milhões de mosquito com a bactéria foram liberados.

A administração da fábrica ficará a cargo da Fiocruz, em parceria com o World Mosquito Program (WMP), instituição que detém a patente da tecnologia. A previsão é de que a operação seja iniciada em 2025 e a estimativa é de que a produção semanal chegue a dois milhões de mosquitos por semana.

De acordo com o Ministério da Saúde, na primeira fase do novo projeto em Minas Gerais, os mosquitos serão soltos na cidade de Brumadinho e em outros 21 municípios da Bacia do Rio Paraopeba e, depois, haverá expansão da distribuição de mosquitos para todos os municípios mineiros.

O Brasil já ultrapassa a marca de 4,1 milhões de casos prováveis de dengue em 2024. O número de casos representa um recorde histórico. O recorde anterior era o registrado em 2015, com 1.688.688 casos prováveis.

Dez estados e 605 municípios decretaram emergência de saúde no Brasil neste ano. A maioria dos municípios está localizada em Minas Gerais (252), São Paulo (100), e Paraná (53).

Três decretos, no entanto, foram revogados: na capital do Rio de Janeiro, no estado do Acre e no município de Bariri, em São Paulo.

Vacinação contra a dengue

Vinte e cinco estados e 1.330 municípios já receberam a vacina da dengue, conforme dados do Ministério da Saúde.

De acordo com dados da pasta, no mês de abril houve uma desaceleração na aplicação de doses em relação aos meses anteriores, apesar do aumento na quantidade de municípios que receberam as doses. Foram 127.961 vacinas administradas no mês. Em março, mais de 463 mil doses foram aplicadas e em fevereiro, 230 mil.

Procurada, a pasta não soube informar a porcentagem do público-alvo já imunizado, sob a justificativa de que houve uma possibilidade de ampliação limitada da vacinação para pessoas de 4 a 59 anos estabelecida em nota técnica no último dia 17, para os municípios que receberam os imunizantes que venciam nesta terça-feira (30).

De acordo com o diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunização, Eder Gatti, se aconteceu alguma perda das vacinas vencidas, deve “ser algo bem residual”. A secretária afirmou que o Ministério saberá se houve alguma perda apenas na semana que vem, após retorno dos municípios e estados.

Os imunizantes com vencimento mais próximo fazem parte dos fornecidos sem custo ao Ministério da Saúde pela Takeda, fabricante da vacina QDenga. Outros lotes vencem em junho e julho.

A farmacêutica afirma que a validade próxima se deve ao fato de que a vacina é produzida na Alemanha e a importação e trâmites de desembaraços duram cerca de três a quatro meses. A Takeda informou que nesse caso, em especial, as doses foram entregues com prazo de validade inferior.

Além das 1,3 milhão de doses doadas, o Ministério da Saúde adquiriu outras 5,2 milhões de doses. Com a soma, 3,2 milhões de pessoas poderão tomar as duas doses que completam o esquema vacinal.

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