Membros do PT e articuladores do Congresso admitiram continuidade do orçamento secreto, mas com mudanças nas regras.
O orçamento secreto têm sido usadas pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) como moeda de troca em negociações do Palácio do Planalto com o Congresso.
Apesar de, durante a campanha eleitoral, Lula ter defendido o fim, aliados dele já falam na possibilidade desses Orçamentos não serem extintas.
“As emendas podem ser usadas para medidas que o presidente Lula apresentou, como o aumento do Auxílio Brasil, e recomposição do orçamento de programas sociais. O Congresso tem direito de mexer no Orçamento, mas pode nos ajudar nesse esforço também, porque há um contrato com a população que, na urna, votou nas propostas do Lula”, disse à Folha a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PR), encarregada da articulação política na transição.
Parlamentares próximos ao presidente eleito também já sinalizaram à cúpula da Câmara e do Senado que há brecha para o diálogo sobre esse tema, já que programas na área de habitação e saúde, por exemplo, realizam obras que podem atender a demandas das bases eleitorais dos parlamentares.
No entanto, a falta de transparência e o desequilíbrio na distribuição dos recursos do orçamento secreto, que podem chegar a R$ 19 bilhões no próximo ano, são alvo de críticas do PT.
Lula já falou que a emenda de relator era a “maior bandidagem já feita em 200 anos de República”. Após a vitória, integrantes de sua equipe modularam o discurso e sinalizam que aceitam negociar mudanças principalmente na distribuição desses recursos.
Em reportagem a Folha de São Paulo