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Para pagar a faculdade, jovem vende paçoca a R$ 1 em semáforo

Para pagar a faculdade e ajudar nas contas de casa, Carlos Raphael Lindoso dos Santos, de 21 anos, começou a vender paçoca em semáforo de São Vicente

Redação Jornal de Brasília

24/02/2020 16h15

Para pagar a faculdade e ajudar nas contas de casa, Carlos Raphael Lindoso dos Santos, de 21 anos, começou a vender paçoca em semáforo de São Vicente, no litoral de São Paulo. O estudante de economia fatura cerca R$ 100 por dia com os doces que são vendidos por R$1. 

Depois que o restaurante onde trabalhava fechou, Carlos buscou maneiras alternativas de conseguir o dinheiro da mensalidade da faculdade e a das contas de água e luz que são compartilhadas com a mãe. “Vi nisso uma oportunidade de girar a minha engrenagem e não ficar estagnado, esperando algo acontecer”, afirmou o jovem. 

foto: divulgação

Para o estudante, a venda de paçoca é lucrativa. “Geralmente, uma embalagem vem com grande quantidade e vale o custo”, relatou. O lugar escolhido para as vendas fica na avenida Ayrton Senna, na divisa entre Santos e São Vicente. 

“As pessoas que comprar, geralmente, são bem cordiais. Nunca sofri nenhum tipo de preconceito dos meus clientes. No geral, elas entendem a situação e agem com naturalidade”, afirmou Carlos Raphael. Com 4 horas trabalhadas o estudante fatura, em média, R$100 por dia. 

Trajetória

Carlos Raphael relatou que desde criança passou por dificuldades em relação ao dinheiro. Com o pai ausente, somente sua mãe trabalhava. A avó materna ajudava a família, mas acabou falecendo. Então, a mãe do garoto teve que cuidar dele e dos irmãos sozinha.  “Foi muito difícil para ela, porque não teve muito suporte. Isso acarretou em bons anos de pobreza e de fome na família”, contou.

Sobre o pai, o jovem disse que o conhece, mas não o vê há 11 anos. “Eu não criei e não quis criar muito contato com ele na infância. No tempo em que passamos fome, ele se distanciou e, desde então, não nos vimos mais. Ele nunca chegou a me procurar. Não sei como ele vive e onde mora, mas hoje tenho vontade de procurá-lo”, afirmou.

Desenvolvimento profissional e pessoal

Ficar vendendo paçoca não é objetivo de Carlos, ele quer ter seu próprio negócio. “Não quero levar isso como estilo de vida. Não que seja degradante, pelo contrário, me gera uma maturidade. Não tenho vergonha daquilo que faço, principalmente, eu não nasci para ser vítima, nem da vida e nem da sociedade”, finalizou. 

 

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