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Jovem desmaia durante abordagem policial no MA

Segundo a ocorrência policial, o caso aconteceu após ter ocorrido resistência a prisão, desacato, descumprimento no horário de funcionamento dos bares na região e ainda ameaças

Redação Jornal de Brasília

05/09/2022 10h44

Foto: Reprodução

Uma confusão envolvendo policiais militares e os donos de um estabelecimento foi registrada por câmeras de aparelho celular na madrugada desse sábado (3) na cidade de Itapecuru-Mirim, a 108 km de São Luís. Uma jovem chega a desmaiar durante uma abordagem policial.

A jovem é Nathália Duailib de Souza, de 18 anos. Em entrevista ao g1 ela disse que no local funciona um bar e o expediente já tinha encerrado quando ela, sua irmã, sua mãe, seu padrasto e uma prima foram surpreendidos com a presença de dois policiais pedindo que eles fechassem o local.

“Eu estava passando o pano no chão às 12h30 e lá estava a minha mãe, meu padrasto, uma prima minha e a minha irmã fechando o caixa. Nesse momento chegou um policial e gritou do lado de fora do bar dizendo que o bar já era para estar fechado. Daí eu falei que já tinha fechado e que só estava terminando de limpar. Ele gritou dizendo que era fechar logo”.

A jovem disse que não gostou da maneira como o policial agiu e decidiu gravar a conduta dele e por conta disso ela foi agredida física e verbalmente.

“Eu comecei a gravar e no momento que eu liguei a câmera ele disse que não era para eu gravar a situação porque senão ele iria me prender. Ele viu que eu continuei a gravar e partiu pra cima de mim, me jogando para fora do bar, apertando o meu pescoço e eu gritei porque tive muita dor. Eu pedi socorro e a minha mãe ficou muito agitada porque estava acontecendo isso comigo. Ele me chamou de vagabunda”.

Nathália conta que chegou a pedir ajuda ao outro policial que estava no local, mas não foi atendida. Ela foi atingida com spray de pimenta, desmaiou e quando recobrou a consciência já estava presa. “Eu pedi para o outro policial me ajudar e ele não me ajudou. Ele jogou o spray no meu rosto e como o cheiro era muito forte eu fiquei sem ar e desmaiei. Quando eu acordei eu só vi ele me jogando na viatura e fechando os vidros do carro e nessa hora eu já estava algemada”.

Ela conta que sua irmã também foi presa após tentar dar água a ela. Em seguida foram presos sua mãe e o seu padrasto por tentar intervir na situação.

“Eu pedi água e quando a minha irmã vinha trazendo pra mim o policial jogou a minha irmã para dentro do camburão e jogou novamente o spray de pimenta nela. Minha mãe quis intervir e ele jogou também a minha mãe e meu padrasto dentro do camburão”.

Na delegacia, de acordo com a jovem, ela passou mal e foi encaminhada para um hospital. Na unidade hospitalar ela foi atendida e relatou a um médico o fato. Após ser medicada ela voltou para a delegacia, onde foi solta junto com os outros envolvidos.

“Na hora que me levaram para o consultório o médico disse que só poderia ficar na sala eu e o médico. Eu contei o que tinha acontecido para o médico e ele disse que eu deveria procurar meus direitos e me passou um remédio para eu me acalmar. Quando eu voltei para a delegacia todo mundo já estava livre”.

Investigação


Segundo a investigação da polícia, a prisão aconteceu porque os donos do estabelecimento desrespeitaram os policiais. De acordo com PM, os envolvidos vão responder pelos crimes de desacato, injúria e crime contra a honra.

Em nota, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-MA) disse que será instaurado procedimento administrativo para investigar eventuais excessos na atuação da guarnição em serviço em Itapecuru-Mirim. Mas, disse também que as mulheres no vídeo desrespeitaram os policiais, que estavam cumprindo a lei.

“A SSP-MA destaca que não compactua com condutas violentas e arbitrárias e apura todos os fatos à luz da verdade e da legalidade. Para mais, o órgão de segurança comunica que os fatos ocorreram quando os policiais faziam cumprir determinação de limite de horário de funcionamento de estabelecimentos, definido pelo município, e foram agredidos verbalmente e ameaçados pela proprietária do bar, que foi levada à delegacia. Na delegacia foi lavrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência contra a dona do bar por desacato, ameaça e descumprimento de horário de funcionamento do estabelecimento”, diz a nota.

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