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Homem é condenado por matar e jogar corpo de namorada de ponte

A sentença de 21 anos e 8 meses de prisão por homicídio triplamente qualificado e ocultação do cadáver foi proferida durante julgamento

Redação Jornal de Brasília

11/08/2022 11h20

Foto: Reprodução

O mototaxista Maurício Alves de Andrade, de 43 anos, foi condenado, nesta quarta (10), por matar a manicure Dione Gomes Silva, 40, e jogar o corpo dela de uma ponte no Recife.

O crime aconteceu em janeiro de 2021. Além da ocultação de cadáver, o homicídio da manicure tem os qualificadores de motivo torpe, impossibilidade de defesa da vítima e feminicídio, quando a mulher é morta por uma questão de gênero.

A sentença, com a decisão dos sete jurados, sendo seis mulheres e um homem, foi lida pelo juiz Jorge Luiz dos Santos Henriques por volta das 18h.

O desfecho veio um mês após o adiamento do primeiro julgamento e põe fim a uma espera de mais de um ano da família da manicure por Justiça.

O julgamento do crime havia sido inicialmente marcado para o dia 15 de junho, mas precisou ser adiado após haver um conflito entre o réu e as estratégias da defesa, segundo a Justiça. O júri teve início por volta das 10h desta quarta, com a presença de familiares e amigos de Dione.

Realizado na 2ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, o júri começou com o sorteio dos sete jurados. Em seguida, o juiz Jorge Luiz dos Santos Henriques começou a interrogar o réu.

Em audiência de instrução, um ano depois do crime, Maurício Alves relatou ao mesmo juiz que teria ferido Dione durante uma discussão. Nesta quarta (10), o réu mudou a versão do depoimento.

Afirmou que traficantes teriam invadido a casa onde ele mora e matado a manicure, que teria saído em defesa dele durante uma briga, recebendo golpes com faca.

Dione Gomes Silva desapareceu no dia 3 de janeiro de 2021 quando saiu de Camaragibe, no Grande Recife, onde morava, para se encontrar com o namorado no bairro da Imbiribeira, Zona Sul da capital.

Maurício tornou-se o principal suspeito do crime após um homem confessar ter ajudado ele a se livrar do corpo da manicure que foi achado no rio Tejipió.

No julgamento desta quarta (10), o réu confessou ter jogado o cadáver da manicure sobre a ponte Motocolombó, mas negou ter sido o autor do homicídio.

“Ter jogado o corpo dela eu assumo, mas não fui eu que matei ela, eu não tinha esse propósito de matar ela não […] Em momento nenhum o intuito de matar ela, de programar nada contra a integridade física dela”, disse, durante o interrogatório.

O defensor público Bruno Henrique Barros, que atua na causa de Maurício, afirmou que a estratégia da defesa foi feita de acordo com as provas dos autos e comentou a mudança no depoimento do réu. “É um direito dele [Maurício] apresentar suas versões”, disse.

Segundo a promotora Eliane Gaia, ficou comprovado durante as investigações do caso que a pessoa que deu carona a Maurício não sabia que Dione já estava morte.

“Ele foi usado pelo acusado para ajudá-lo a levar o corpo com o argumento de que a vítima estava passando mal, convulsionando e que ela seria socorrida numa UPA. Por conta disso, ele não respondeu pelos crimes junto do acusado”, explicou a promotora do Ministério Público Eliane Gaia.

Um dia após o crime, esse homem disse ao g1 que foi acordado pela esposa por volta das 2h afirmando que houve um acidente com a namorada do tio dela e que, quando faziam o socorro de Dione, Maurício pediu que parasse o carro e a jogou da Ponte Motocolombó.

Esmerinda Dutra Pereira, mãe de Dione, falou sobre a falta que a filha faz. “Dói muito, dói tanto que tem hora que eu boto a mão no meu coração e parece que ele vai parar de tanta dor. Eu vivo caindo, sem poder me levantar, com saudade da minha filha, com o amor que eu tenho dentro de mim para sempre até o final da minha vida”, disse.

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