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Feto encontrado congelado em BH era uma menina

Os exames de necropsia identificaram que o corpo era de um feto, que estava entre 35 e 37 semanas de gestação

Redação Jornal de Brasília

03/12/2021 14h21

Foto: Reprodução

Na tarde da última quinta-feira, 2, a Polícia Civil de Minas Gerais deu maiores detalhes sobre o caso do feto encontrado congelado em uma residência em Belo Horizonte. O corpo estava no congelador há mais de um ano. A suspeita foi presa em flagrante pelo crime de ocultação de cadáver da própria filha.

De acordo com os policiais, a mulher, que é baiana, é mãe de outros dois filhos e não queria ter um terceiro. O inquérito ainda apura a motivação da interrupção da gravidez.

A suspeita disse que buscou na internet formas de realizar o aborto, que é só é permitido no Brasil em casos de má formação ou estupro.

A mulher chegou a pagar R$1.300 em um remédio abortivo. Depois, segundo a polícia, ela teria ido realizar o procedimento em um hotel no centro da cidade. O endereço do hotel não foi divulgado.

“Ela afirmou que tomou o remédio e depois veio a desfalecer. Quando acordou se deparou com o corpo morto”, explicou o inspetor Arnaldo Gomes, do Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

“Então, ela pegou a placenta e jogou no vaso sanitário. Não fez o mesmo com a criança morta, porque não cabia. Em seguida, envolveu o corpo em uma cinta e em um saco plástico”, contou o inspetor. Os policiais ainda investigam as razões de ela não ter dado outra destino ao corpo.

Segundo a Polícia Civil, o medicamento utilizado por ela, por si só, não seria forte o bastante para a causa de óbito do bebê, nem para provocar o aborto. A Polícia Civil afirma que o fármaco usado por ela, por si só, não seria suficiente para a causa do óbito da bebê, muito menos para provocar o aborto. Os exames de necropsia identificaram que o corpo era de um feto, que estava entre 35 e 37 semanas de gestação.

“A bebê do sexo feminino tinha 48 cm e pesava 2,5 kg”, pontua o delegado Alexandre Fonseca do DHPP. “Não sabemos realmente se a mãe tomou o remédio e qual foi a dosagem. Isso só os exames toxicológicos vão dizer”, concluir.

A partir do exame, os investigadores descreveram que a criança nasceu com vida, e que o cordão umbilical não estava amarrado, o que a fez perder muito sangue.

As investigações ainda vão atestar a causa da morte da bebê e, se quando nasceu, chegou a respirar, já que pulmão e demais órgãos estavam em perfeito estado.

“Não há qualquer sinal ou marca de violência no corpo examinado”, esclareceu o delegado Arnaldo Gomes. A PCMG trabalha com a hipótese de homicídio.

Paternidade

O companheiro da mulher, que também é baiano, morava em outro Estado quando foi ouvuido pelos policiais civis. Ele colocou em dúvida se realmente era o pai.

Mudança de versões

De acordo com o inspetor do caso, Arnaldo Gomes, a mulher deu versões contraditórias sobre o caso, e, só na terceira vez, confessou o crime.

De primeira, ela disse que teve um aborto espontâneo, depois mudou de versão e disse que tomou um chá abortivo.

Gomes, que esteve frente a frente com a mulher na noite de quinta-feira no DHPP, alega que a ela não demonstrou arrependimento.

“Na verdade, demonstrou medo de ser presa e de ter a identidade revelada e ser morta por traficantes da região”, informou. Os policiais disseram que a suspeita não tem envolvimento com crime organizado nem antecedentes criminais.

“Ela tinha medo, porque sabia que cometeria um crime bárbaro e repugnante”, complementou o delegado Alexandre Fonseca.

Inocente

A senhor que guardou o corpo na geladeira de casa por mais de um ano, acreditando ser um saco de carne, foi declarada inocente pela Polícia Civil.

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