Arthur Antonio Alves Camargo, de apenas 9 anos, foi chamado de ‘macaco’ por uma colega da escola e de ‘projeto de bandido’ pela madrasta da menina. De acordo com a mãe do menino, Nayara, seu filho foi ‘perseguido’ por colegas na na escola municipal de Santos, litoral de São Paulo. “Chamavam de macaco e o mandavam comer banana”.
O menino recebia insultos diariamente, e não ficava calado. Por isso, Nayara foi constantemente chamada pela diretoria para falar sobre o comportamento dele. Na última vez, porém, ela estava à caminho da reunião quando uma outra mulher a chamou. “Ela bateu no meu ombro e disse: ‘Quero falar com você’. Já num tom hostil. Respondi que, naquela hora, não poderia conversar, pois seria atendida na secretaria, mas ela começou a gritar e a expor o Arthur”, disse Nayara.
Nesse momento, a mulher começou a ofendê-la e a falar mal de Arthur. “Me chamou de ‘omissa’, ‘bandida’ e ‘negligente’. Depois, disse que eu estava criando um ‘projeto de bandido’. Nunca na vida, nem no pior pesadelo, esperei que uma criança de nove anos iria ouvir isso”.
Nenhum funcionário da escola se manifestou durante as ofensas da mulher, que seria a madrasta de uma das crianças que chamou Arthur de ‘macaco’.
Foi registrado um Boletim de Ocorrência sobre injúria racial contra a madrasta da aluna. O menino foi transferido de escola pela família após o ocorrido e, atualmente, estuda em outra unidade municipal. A Prefeitura de Santos está apurando as informações e acompanhando o caso.
Mudanças
Arthur apresentou mudanças após começar a receber xingamentos, há aproximadamente um ano. De acordo com a mãe, ele passou a não querer mais ir à escola e, em determinados dias, chegava em casa chorando e alegando ter sofrido insultos.
“Ele me disse que alguns colegas o chamavam de ‘macaco’ e diziam para ele ‘comer banana'”, afirmou Nayara. “Chamaram também de ‘sujo’, ‘cabelo duro’ e diziam que a roupa dele era encardida”
