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Bebê prematura de 1 kg viaja por oito horas em incubadora improvisada com bacia de plástico

Elisa Vitória nasceu com apenas 1 kg, aos seis meses de gestação, e precisou viajar 8 horas em uma incubadora improvisada com uma boleira

Redação Jornal de Brasília

27/04/2022 11h45

Foto: Arquivo pessoal

No dia 12 de abril, Elisa Vitória, filha da jovem Flávia de Sousa Lira, de 23 anos, nasceu com apenas 1 kg, aos seis meses de gestação, e precisou viajar 8 horas em uma incubadora improvisada com uma boleira, uma espécie de bacia de plástico. Ela saiu de Baixa Grande do Ribeiro e viajou quase 600 km, por oito horas, até Teresina.

A mãe contou que inicialmente a filha se chamaria apenas Elisa, mas o segundo nome, Vitória, ela ganhou após vencer os desafios que enfrentou tão pequena.

Violência doméstica e gravidez de risco

A mãe da recém-nascida é vítima de violência doméstica do pai da criança, em junho de 2021 ela sofreu um aborto devido às agressões. Ao engravidar novamente, desde o primeiro momento foi considerada uma gravidez de risco.

No dia 11 de abril, aos seis meses de gestação, Flávia começou a sentir dores. Ela então procurou um médico, que realizou uma ultrassom e afirmou que tudo estava aparentemente normal. Na tarde do dia seguinte, as dores aumentaram e ela achou estar sofrendo um novo aborto.

Filho de seis anos ajudou a mãe

No momento, só estavam em casa ela e seu filho Jonas Gabriel, de 6 anos, que acabara de chegar da escola. Durante duas horas a mulher continuou sentindo dores e, quando não aguentava mais, pediu para o filho buscar ajuda.

Flávia conta que por mais que o filho tenha ligado para sua mãe, não deu tempo nem de sair de casa, e quando deu 19h, ela teve a Elisa em pé. Sua vizinha chegou na casa para auxiliar a segurar a neném.

Em estado de choque ainda, ela disse que não conseguiu sequer olhar para a criança, mesmo deitada com ela no colo, porque imaginou que ela pudesse estar morta. Mas em poucos minutos
Elisa começou a chorar. A sensação foi de muito alívio.

Atendimento e transferência

Depois disso, começou mais uma luta. A equipe médica demorou 30 minutos para chegar à sua casa. De lá, se dirigiram a unidade hospitalar da cidade, o Hospital Milton Reis, onde os profissionais reconheceram não ter os equipamentos necessários de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal e disseram que a bebê precisaria ser transferida para o hospital mais próximo.

A 343 km de distância em uma viagem de mais ou menos 4 horas ficava o Hospital Regional Tibério Nunes, na cidade de Floriano. Mas por telefone mesmo os médicos que atendiam Flávia informaram que não havia vaga da maternidade do hospital e a família precisaria ir até Teresina.

A vaga encontrada para Elisa e Flávia foi na Maternidade Wall Ferraz (Ciamca), no bairro Dirceu, zona sudeste de Teresina. Seriam mais de 8 horas de viagem até a chegada e para isso tiveram que preparar a bebê para que nenhuma complicação ocorresse.

Incubadora improvisada

Para que Elisa Vitória viajasse com segurança a equipe médica do Hospital Milton Reis improvisou uma incubadora feita a partir de uma boleira, recipiente para guardar bolo. Nele foram feitos alguns furos para a saída de ar e a menina recebeu um tubo de oxigênio.

Além disso, segundo a mãe, a recém-nascida também estava enrolada em papel alumínio e com alguns cobertores para manter a temperatura. Além dos profissionais da saúde, a tia de Flávia também acompanhou a jovem até Teresina, mas não pode permanecer como acompanhante.

A pesar da distância, Flávia afirma que durante a viagem só se concentrou na sua filha. Quando chegaram a Floriano, a equipe médica checou como a bebê Elisa estava.

Evolução surpreende

Em situação estável, a viagem continuou.

Quando o bebê ao hospital, todos ficaram surpresos com o estado da mesma, ela estava estável, fazia xixi e cocô normal.

Há 14 dias, Elisa e a mãe estão no Ciamca. A mãe da bebê contou que cada novo dia é uma vitória. Elisa reage muito bem aos cuidados médicos e tem tido evoluções que surpreendem a própria equipe médica.

Segundo Flávia, quando chegou ao hospital os profissionais da saúde pediam para que a mãe tivesse muita fé porque toda a situação era delicada. Com o passar dos dias, os médicos já dizem à Flávia que Elisa é um milagre.

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