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Autoridades do Catar confundem bandeira de Pernambuco com bandeira LGBTQIA+

Segundo testemunhas, autoridades pegaram a bandeira, jogaram no chão e pisaram nela

Redação Jornal de Brasília

24/11/2022 10h47

Foto: Reprodução

A brasileira Eduarda Vasconcellos, voluntária na Copa do Mundo de 2022, publicou um vídeo nas redes sociais em que relata a confusão ocorrida quando ela tirava foto com a bandeira de Pernambuco e o objeto foi tomado por autoridades do Catar que confundiram o objeto com a bandeira de apoio a LGBTQIA+. O caso aconteceu na terça (22), em frente ao Lusail Stadium, em Doha, após o jogo entre Arábia Saudita e Argentina.

“Eu só estava tirando uma foto com a bandeira do meu estado, só isso. No final das contas, foi tudo esclarecido. Foi uma situação chata, que deixou a gente assustada no momento, e aí a gente entrou novamente no estádio, procurou os nossos líderes, reportou para a Fifa toda a situação”, contou a administradora pernambucana no Instagram.

A ação truculenta aconteceu após o arco-íris da bandeira pernambucana ser confundido com o arco-íris do movimento LGBTQIA+. O símbolo faz parte da bandeira do estado desde 1817 e representa a diversidade do povo unido por um ideal (saiba mais abaixo).

“Vieram vários árabes. Não sei dizer se eram da Arábia Saudita, se eram daqui do Catar, porque estava tudo misturado, uma confusão no momento. Eles vieram, começaram a gritar ‘no, no, no’. Cercaram a gente e aí pegaram a bandeira, que não era minha, levaram para longe correndo, pisotearam a bandeira. Eu saí correndo atrás da bandeira, peguei a bandeira de volta e aí um guarda veio na hora”, disse.

Segundo Eduarda Vasconcellos, os homens que pisotearam a bandeira chamaram um policial e disseram que o objeto era do movimento LGBTQIA+.

“O guarda, primeiro, apreendeu a bandeira. Depois que a gente explicou, mostrou no mapa a nossa cidade, explicou a nossa bandeira, disse que representava o nosso estado, que não era a bandeira LGBT, explicou por que a gente estava tirando a foto, aí eles compreenderam isso. Pediram desculpa”, disse a jovem.

Nesse momento, os guardas notaram que havia jornalistas filmando o ocorrido. Um deles era o pernambucano Victor Pereira, que teve o celular tomado, e foi obrigado a apagar as gravações para conseguir de volta o aparelho.

“Arrancaram o celular dele e só devolveram o celular fazendo com que ele apagasse o vídeo. Então, eles falaram assim: só devolve se apagar. Aí ele teve que mostrar o vídeo, apagar, ver que tinha apagado da galeria de apagados também para poder devolver o celular do jornalista. Uma situação absurda, o jornalista era credenciado, estava filmando tudo o que estava acontecendo ao redor do estádio, ele tinha essa permissão”, declarou a voluntária.

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