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Ameba ‘comedora de cérebro’ pode ser causa de morte de criança nos EUA

Uma criança morreu com a suspeita de ter contraído uma infecção causada por um parasita conhecido como “ameba comedora de cérebro”

Redação Jornal de Brasília

19/08/2022 10h46

Foto: Divulgação

Uma criança morreu nesta semana com a suspeita de ter contraído uma infecção rara causada por um parasita conhecido como “ameba comedora de cérebro”, depois de nadar em um rio no Estado de Nebraska, nos Estados Unidos, afirmam autoridades. Caso seja confirmada, seria a segunda morte por essa causa no centro-norte do país nas últimas semanas, o que levanta questões sobre se há influência das mudanças climáticas na proliferação desse tipo de parasita.

O Departamento de Saúde do Condado de Douglas, com sede em Omaha, em Nebraska, informou na quarta-feira, 17, que os médicos acreditam que o menino morreu de meningoencefalite amebiana primária, uma infecção geralmente fatal causada pela ameba Naegleria fowleri (nome científico).

Os sintomas iniciais da doença incluem febre, dor de cabeça, náuseas e vômitos, evoluindo para torcicolo, perda de equilíbrio, alucinações e convulsões.

Autoridades de saúde acreditam que a criança contraiu a doença no dia 8 de agosto, enquanto nadava no Rio Elkhorn, localizado alguns quilômetros a oeste de Omaha. Os sintomas começaram cinco dias depois. Ele foi hospitalizado 48 horas após o início dos sintomas. Quase dez dias depois, morreu. O nome da vítima não foi divulgado.

Normalmente a ameba é encontrada nos Estados do sul, porque prospera em temperaturas da água acima de 30ºC. “No entanto, infecções também foram detectadas no norte nos últimos anos, incluindo dois casos em Minnesota desde 2010”, disse Lindsey Huse, diretora de saúde do condado de Douglas, em entrevista coletiva na quinta-feira.

“Nossas regiões estão ficando mais quentes. À medida que ficam mais quentes, a água fica mais quente e os níveis de água caem devido à seca, e você pode ver que esse organismo é muito mais feliz e tende a prosperar nessas situações”, avaliou Lindsey.

No mês passado, um morador do Missouri morreu da mesma infecção, possivelmente causada pela ameba no lago dos Três Incêndios, no sudoeste de Iowa. As autoridades daquele Estado fecharam a praia do lago por quase três semanas como medida preventiva.

As pessoas geralmente são infectadas quando a água contendo as amebas entram em contato com seu corpo pelas narinas, enquanto nadam ou mergulham em lagos e rios. Outras fontes também foram identificadas, como água da torneira contaminada em uma cidade da área de Houston, em 2020.

Infecções são raras, mas letalidade é alta

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) afirma que as infecções por Naegleria fowleri são raras – cerca de três casos por ano no país -, mas alerta que são extremamente mortais.

Entre 1962 e 2021, 154 ocorrências do tipo foram relatadas nos Estados Unidos e apenas quatro pacientes sobreviveram, de acordo com o CDC. Quase metade desses casos, 71, foi registrado entre 2000 e 2021. Texas e Flórida têm o maior número de infecções com 39 e 37, respectivamente.

De acordo com o Sistema Nacional de Informações sobre Água, a temperatura da água da superfície perto de onde o menino estava nadando estava entre 30ºC e 33ºC.

Jacob Lorenzo Morales, pesquisador da Universidade de La Laguna, nas Ilhas Canárias, que estudou a ameba Naegleria fowleri, disse que o aumento das infecções desde 2000 pode ser atribuído a dois fatores: melhor compreensão e diagnóstico da doença e aumento das temperaturas nos corpos d’água, que proporcionam um ambiente considerado perfeito para a proliferação da ameba. (Com agências internacionais).

Estadão Conteúdo

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