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Macron declara ‘guerra’ ao coronavírus e impõe confinamento quase total na França

Os cidadãos só podem circular na rua para ir ou vir do trabalho, ir ao supermercado e ir aos centros de saúde, se necessário, e todas as infrações serão sancionadas

Marcus Eduardo Pereira

16/03/2020 21h31

Foto: Ludovic Marin / AFP

A partir desta próxima terça-feira (17), ao meio-dia no horário local, a França exigirá confinamento quase total de todos os seus cidadãos, que só poderão sair à rua por motivos de primeira necessidade,  anunciou nesta segunda o presidente Emmanuel Macron.

“A partir de amanhã, ao meio-dia, e ao menos pelos próximos 15 dias, a circulação das pessoas deverá ser reduzida fortemente”, ressaltou o presidente francês, em um pronunciamento direcionado ao país transmitido pela televisão. 

Os cidadãos só podem circular na rua para ir ou vir do trabalho, ir ao supermercado e ir aos centros de saúde, se necessário, e todas as infrações serão sancionadas.

A partir de terça-feira, não será mais possível “encontrar amigos ou ir ao parque”, disse Macron, depois que no último domingo circularam imagens de franceses reunidos em parques e jardins, tomando banho de sol.

“Estamos em guerra. Uma guerra de saúde, mas o inimigo está lá. Invisível, escorregadio”, disse o presidente francês em tom marcial. 

“Peço que sejam responsáveis e não entrem em pânico”, acrescentou. 

“A França está passando por um período muito difícil” e “teremos que nos adaptar”, mas “venceremos”, ressaltou.

A França, um dos principais focos do coronavírus na Europa, contabiliza 6.633 infectados e 148 mortos pela pandemia do Covid-19, segundo um balanço divulgado nesta segunda-feira. 

Todas as instalações públicas não essenciais, como bares, restaurantes e cinemas, já estão fechados no país, que está na fase 3 da epidemia, o que implica que o coronavírus está presente em todo o território. 

“O recado é claro: fique em casa”, disse o ministro do Interior, Christophe Castaner, acrescentando que aqueles que circularem devem estar “em posição de justificar seu deslocamento”. 

Serão mobilizados cerca de 100.000 agentes de segurança e haverá postos de controle fixos e móveis, acrescentou.

A França segue os passos da Itália e da Espanha, os dois países mais afetados na Europa pelo coronavírus, onde já existem sérias restrições à circulação de seus habitantes. 

A situação “é muito preocupante” e “está se deteriorando muito rapidamente”, alertou o diretor-geral de Saúde, Jérôme Salomon, acrescentando que  os casos se multiplicam por dois a cada três dias.

Dois conselhos de ministros se reunirão na terça e quarta-feira para implementar rapidamente as medidas de emergência anunciadas.

300 bilhões de euros

Para mitigar os efeitos econômicos do coronavírus, Macron prometeu uma garantia de 300 bilhões de euros para empréstimos bancários a empresas, as quais pediu para “adaptar sua organização para respeitar as medidas de proteção”.

Se trata de um “dispositivo excepcional para adiar impostos e encargos sociais, apoiar ou estender vencimentos bancários e garantias do Estado no valor de 300 bilhões de euros para todos os empréstimos bancários contratados com bancos”. 

Ele também prometeu que o estado francês ajudará empresas que correm risco de falência devido ao coronavírus.

Por outro lado, o presidente francês também anunciou o adiamento do segundo turno das eleições municipais, programadas para domingo. 

“Esta decisão foi aceita por unanimidade” por todos os líderes do partido, disse o presidente francês, que não deu datas, apesar de seu primeiro-ministro, Edouard Philippe, ter anteriormente proposto adiá-los até 21 de junho.

Numa época em que o mundo inteiro está entrincheirado diante da pandemia, o presidente francês anunciou que a União Europeia fechará todas as suas fronteiras por 30 dias. 

Uma reunião extraordinária dos 27 líderes da União Europeia será realizada na terça-feira.

Com informações da AFP

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