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Evo Morales volta atrás em proposta de criar ‘milícias armadas’ na Bolívia

Em nota, Morales disse não querer que nada do que tenha dito seja usado como pretexto para “perseguir e reprimir seus irmãos e irmãs”.

Redação Jornal de Brasília

16/01/2020 18h13

Handout photo released by the Bolivian Presidency of Bolivian President Evo Morales speaking during a press conference in El Alto, on November 9, 2019. – Police in three Bolivian cities joined anti-government protests Friday, in one case marching with demonstrators in La Paz, in the first sign security forces are withdrawing support from President Evo Morales after a disputed election that has triggered riots. (Photo by HO / Bolivian Presidency / AFP) / RESTRICTED TO EDITORIAL USE – MANDATORY CREDIT “AFP PHOTO / BOLIVIAN PRESIDENCY ” – NO MARKETING NO ADVERTISING CAMPAIGNS – DISTRIBUTED AS A SERVICE TO CLIENTS

O ex-presidente boliviano Evo Morales se retratou nesta quinta-feira, 16, pelas declarações em que propunha a criação de “milícias armadas” como as venezuelanas em caso de retornar a seu país. A ideia gerou fortes questionamentos.

“Há alguns dias ficaram públicas palavras minhas sobre a formação de milícias. Eu me retrato delas. Minha convicção mais profunda sempre foi a defesa da vida e da paz”, afirmou ele, que liderou a Bolívia de 2006 até novembro de 2019.

A frase do ex-líder do Estado boliviano foi alvo de protestos na Bolívia e na Argentina, onde Evo está como refugiado político desde 12 de dezembro. “Daqui a pouco tempo, se eu voltar, é preciso organizar como na Venezuela milícias armadas pelo povo”, havia afirmado em um áudio que foi vazado e veiculado em uma rádio boliviana.

Em nota, Morales disse não querer que nada do que tenha dito seja usado como pretexto para “perseguir e reprimir seus irmãos e irmãs”.

As declarações motivaram protestos da União Cívica Radical da Argentina, cujo presidente, Alfredo Cornejo, questionou o status de refugiado de Evo na Argentina. Após saber das declarações, a chanceler boliviana, Karen Longaric, disse que o comentário era irrelevante. “Internamente, ele já fez (o povo boliviano) conhecer todas as intenções que tem com o país”.

O governo transitório da Bolívia sustenta que as declarações de Morales seriam crimes de sedição e terrorismo, e as somou a uma investigação na promotoria.

A presidente interina da Bolívia, Jeanine Añez, ex-senadora e opositora política de Morales, disse que a gravação mostra que “paz, reconciliação e democracia nunca foram opções para ele”. “Dada a intenção de semear terror e violência, eles só encontrarão o povo boliviano unido e, diante das ameaças, nossa mais profunda vocação democrática”, twittou Añez na noite de domingo.

Além disso, um grupo de militares aposentados enviou uma carta ao ministro da Defesa, Luis Fernando Peredo, com revelações de que Evo idealizou em 2014 a formação de uma “Guarda Nacional do Estado Plurinacional da Bolívia”. (Com agências internacionais)

Estadão Conteúdo

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