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Biden se aproxima da Casa Branca com resultados esperados para esta quinta (5)

Em sua terceira candidatura à Presidência, Biden se mostrou confiante com sua vitória junto à vice Kamala Harris, e insistiu em que os eleitores sejam pacientes e que o resultado deve ser divulgado “logo mais”

Marcus Eduardo Pereira

05/11/2020 20h34

Joe Biden. Foto: Reprodução

Joe Biden. Foto: Reprodução

A emocionante corrida pela Casa Branca, na qual o democrata Joe Biden leva vantagem frente ao presidente republicano Donald Trump, pode ser finalizada nesta quinta-feira (5) se o estado-chave da Pensilvânia anunciar seus resultados.

Dois dias depois de uma tensa eleição, na qual a pandemia da covid-19 levou a um recorde de votos enviados pelo correio, o final da contagem nos estados mais disputados pode determinar quem conseguirá o número mágico dos 270 votos do colégio eleitoral necessários para ser vencedor.

Em sua terceira candidatura à Presidência, Biden se mostrou confiante com sua vitória junto à vice Kamala Harris, e insistiu em que os eleitores sejam pacientes e que o resultado deve ser divulgado “logo mais”.

“Continuamos nos sentindo muito bem sobre como as coisas estão. Não temos dúvidas de que, quando a contagem terminar, a senadora (Kamala) Harris e eu seremos declarados vencedores”, declarou Biden a repórteres em sua cidade natal, Wilmington, em Delaware.

Biden, de 77 anos, somava ao menos 253 votos eleitorais, segundo as projeções da imprensa americana, e 264 incluindo-se o Arizona, onde a Fox News e a AP projetaram que venceria.

Trump, de 74 anos, acumulava 214 votos do colégio eleitoral e, ainda que sua reeleição ainda seja possível, vê suas chances de um segundo mandato diminuírem à medida que os votos antecipados são contados, em sua maioria favoráveis a Biden.

“Parem essa fraude!”, tuitou em capitulares, acrescentando que venceria caso os votos “legais” fossem contados, mas que a eleição seria roubada “se forem contados os votos ilegais e tardios”.

Todos os olhares sobre a Pensilvânia

Ganhando ou não no Arizona, Biden precisa somar seis ou 17 votos do colégio eleitoral, que poderá obter em Nevada (6), Geórgia (16) ou Pensilvânia (20), onde os resultados são esperados ainda nesta quinta-feira.

Biden liderava em Nevada, onde Hillary Clinton venceu em 2016, e muitos dos votos pendentes vêm de áreas que tendem a votar nos democratas.

Na Geórgia, a disputa se acirrou para Trump, já que o tradicional bastião republicano pode cair nas mãos dos democratas pela primeira vez desde o triunfo de Bill Clinton em 1992.

Sem dúvida, todos os olhares estão nesse momento voltados à Pensilvânia. Nesse estado, governado pelos democratas, Trump aparecia na frente com 92% dos votos, mas estima-se que a maioria dos votos que faltam ser contados são justamente para Biden.

A autoridade estadual responsável pelas eleições, Kathy Boockvar, disse que havia cerca de 550.000 cédulas a serem contadas e que “definitivamente” pode haver novidades nas próximas horas.

Além desses três estados, um vencedor unânime ainda não foi declarado no Arizona (11), Carolina do Norte (15) e Alasca (3). Nesses todos, Trump venceu em 2016.

Autoridades eleitorais disseram que a contagem pode terminar na sexta-feira no Arizona, enquanto que na Carolina do Norte as cédulas podem ser contadas até 12 de novembro.

“Uma grande nuvem”

O principal estrategista da campanha de Trump, Jason Miller, garantiu aos repórteres que o presidente “vai ganhar novamente”, estimando que na sexta-feira “tudo ficará claro”.

A tática de Trump tem sido há meses deslegitimar os votos pelo correio, estimados em mais de 63 milhões de cédulas, a maioria destinada a Biden.

Partidários de Trump têm se manifestado em frente aos centros de apuração para que a contagem continue em estados como o Arizona, onde o presidente ganhou terreno, mas pare em outros como Michigan, onde a vitória de Biden já havia sido exibida.

Sua campanha também anunciou ações judiciais em Geórgia, Michigan, Nevada e Pensilvânia, além de exigir uma recontagem em Wisconsin, onde Biden venceu por apenas 20.000 votos.

Bob Bauer, advogado da equipe de Biden, descartou essas contestações.

“Tudo isso tem como objetivo criar uma grande nuvem”, segundo Bauer. “Mas não é uma nuvem muito densa. Nós vemos através dela.  Os tribunais e as autoridades eleitorais também veem”, acrescentou.

Os Estados Unidos não vivenciam essa incerteza eleitoral desde 2000, quando a Suprema Corte acabou decidindo a favor do republicano George W. Bush na disputa com o democrata Al Gore.

O mundo observa

O resultado ainda incerto das eleições nos Estados Unidos fascina e preocupa o mundo inteiro.

“É um espetáculo para se ver!”, tuitou o líder supremo iraniano, Ali Khamenei, em uma mensagem em espanhol, zombando do que considerou acusações mútuas de fraude dos dois candidatos.

As relações entre Teerã e Washington, em conflito há mais de 40 anos, se deterioraram com a chegada de Trump ao poder.

A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) acusou Trump de “flagrante abuso de poder” e alertou contra as limitações ao direito de voto.

A Rússia também expressou temor de que uma eleição disputada possa gerar agitação.

No entanto, Trump já recebeu os parabéns do primeiro-ministro da Eslovênia, país de origem da primeira-dama, Melania. “Parece claro que os americanos elegeram Donald Trump”, disse Janez Jansa.

Biden, por sua vez, prometeu voltar a incluir os Estados Unidos no Acordo Climático de Paris, do qual o país saiu oficialmente na quarta-feira por ordem de Trump.

Ele disse que o fará “em exatamente 77 dias”, em alusão à data da posse presidencial, em 20 de janeiro de 2021.

 

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