Todos os indícios de que a obra no Autódromo Internacional Nelson Piquet não ficaria pronta a tempo de receber uma etapa da MotoGP este ano foram confirmados. Por meio de uma nota oficial, a Secretaria Extraordinária para a Copa (Secopa) esclareceu que o cronograma estabelecido não será cumprido. O foco passou a ser em 2015.
Em 17 de dezembro do ano passado, o Jornal de Brasília acompanhou a audiência pública, realizada no auditório da Novacap. A reunião tinha como objetivo mostrar o novo traçado do autódromo, determinar as datas para a demolição do lugar e licitações para a reconstrução do mesmo. Na solenidade, porém, a diretora de obras da entidade, Maruska Lima, afirmou que seria difícil a conclusão em tempo hábil. “Sabemos que estamos apertados para cumprir as exigências. Se tudo não der certo, o projeto ficará para 2015”, insinuou.
O orçamento previsto para o “novo” autódromo ficou entre R$ 250 e R$ 370 milhões. No projeto, o anel externo deixa de existir e um desenho parecido com o atual toma conta do espaço. Com a possibilidade de estabelecer dois circuitos independentes – Norte e Sul -, os boxes (40 no total) e a largada principal serão transferidos para a pista lateral próxima ao kartódromo.
Plano B
Presidente da Federação Brasiliense de Motociclismo, Carlos Senise lamentou a situação. “A parte que (o Governo) tem que fazer, ele demora, principalmente, pelas várias questões burocráticas. Há anos nem tínhamos o sonho de realizar, aí no ano passado ele apareceu, assinamos o contrato e até fomos à Inglaterra. Então parecia mesmo que ia dar certo”, lembrou o dirigente, visivelmente decepcionado.
De acordo com ele, ainda há esperanças de receber a MotoGP em abril do ano que vem – logo após a etapa da Argentina. O contrato com a Dorna Sports – detentora dos direitos comerciais do evento – previa acordo de cinco anos com o governo do DF.
Sem prazo
A Secopa, no entanto, não se pronunciou sobre novos prazos e término das reformas do autódromo. O cronograma inicial previa que as demolições começariam em fevereiro e, em março ou abril, seria aberta a licitação para as construtoras interessadas na obra – a data de entrega seria em junho.
Versão Oficial
Informamos que, após o término da etapa de estudos técnicos para reforma do Autódromo Internacional de Brasília Nelson Piquet, a conclusão foi a de que não haverá tempo hábil para receber a etapa de setembro do Mundial de MotoGP, em 2014, em razão da complexidade das obras para elevar o espaço atual a um padrão internacional de competições.
O GDF segue com o projeto para 2015, para ter o autódromo inteiramente adequado ao perfil do megaevento. A reforma também credencia o espaço a receber outras grandes competições internacionais.
Memória
Quando tudo começou…
Sem sediar uma etapa da categoria desde 2004, o Brasil viu no dia 19 de agosto do ano passado uma chama de esperança acender. Na época, o detentor dos direitos comerciais da MotoGP, Carmelo Ezpeleta, visitou o decadente Autódromo Nelson Piquet e viu um grande potencial no lugar para receber uma etapa do campeonato, em setembro deste ano.
Para que isto acontecesse, o lugar deveria passar por sérias reformas e atender todas as exigências da Federação Internacional de Motovelocidade (FIM).
Com o objetivo de firmar o acordo e o contrato de cinco anos com a Dorna, governantes e representantes das federações locais e nacionais viajaram à Inglaterra para apresentar o projeto à FIM e receber o “sim” a realização do campeonato em Brasília.
Ontem, a Secopa divulgou que o cronograma das obras não serão cumpridos a tempo e prometeu adequar o lugar para o ano que vem.