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Gastronomia

Agassi quer se despedir de Wimbledon em grande estilo

Arquivo Geral

20/06/2006 0h00

Quando ainda era um adolescente cabeludo e rebelde, nos anos 1980, Andre Agassi tomou antipatia por Wimbledon. Ele desprezava tanto o local que não se dava ao trabalho de encaixar uma participação no mais antigo e tradicional grand slam em seu calendário anual. Porém, 20 anos depois, o americano não encontra palavras suficientes para descrever o que esse campeonato significa em sua carreira.

Preparando-se para o que muitos acreditam ser sua última tentativa de vencer um segundo título em Londres, o campeão de 1992 deixa claro que não gostaria de nada mais do que encerrar sua carreira erguendo o famoso troféu dourado novamente. O torneio significa tanto que este ano ele sacrificou sua temporada no saibro para deixar seu corpo maduro em forma para o desafio que o espera. "Foi o primeiro que venci, por isso é um lugar especial para mim, com certeza", disse o tenista de 36 anos no campeonato Stella Artois Championships na semana passada. "É por isso que eu não joguei no saibro este ano, só para ter uma chance de estar aqui novamente".

Duas décadas atrás, ele contava uma história diferente. O talentoso tenista estava convencido de que não possuía os requisitos para causar impacto na superfície rápida e guardou seus tênis de grama depois de uma surra na primeira rodada de 1987.
Ele descreveu a competição como "uma experiência curta, provavelmente uma hora e sete minutos na quadra número dois contra (francês) Henri Leconte, e jurei nunca mais voltar".

O showman de Las Vegas boicotou o evento durante três anos. "Eu n ão tinha nenhuma vontade de jogar na grama, não achava que era tênis", disse Agassi. "Eu me lembro que era um inconveniente na minha programação". "Eu simplesmente não tinha vontade de ir e jogar em uma superfície em que estava convencido de que não me sairia bem".
Na época, quando a imagem era tudo para ele, Agassi até culpou a regra que exige roupa branca por sua ausência.

Perda
Com uma queda por uniformes coloridos e diferentes, Agassi estava determinado a fazer pé firme, mas depois de pouco tempo seu bom senso prevaleceu. "À medida que envelheci, me dei conta do lugar que Wimbledon tem no mundo do tênis. Eu só tinha a perder deixando de disputá-lo". Para sua surpresa, ele conquistou o primeiro de seus oito t ítulos de Grand Slam no temido gramado em 1992 derrotando o favorito Goran Ivanisevic em uma final de cinco sets.

Quatorze anos mais tarde, as tranças descuidadas desapareceram, seu guarda-roupa é muito mais sóbrio e ele descobriu a paternidade ao lado de sua esposa e ex-tenista Steffi Graf. Mas nada disso diminuiu a paixão competitiva de Agassi. Como um dos cinco únicos homens que conquistaram todos os quatro principais torneios da carreira, o ex-número um do mundo tem pouca coisa para provar no esporte, mas ainda não está pronto para parar.

Sendo o último americano a chegar à fina l de um grand slam, terminando em segundo lugar atrás de Roger Federer no Aberto dos EUA em 2005, ninguém vai ousar descartar suas chances, embora ele seja o competidor mais velho do torneio. Ao lado do duas vezes finalista Andy Roddick, Agassi deve dar aos EUA sua melhor chance de encerrar uma se ca de vitórias em grand slams que se arrasta desde o Aberto dos EUA de 2003.

Afastado de Wimbledon nos últimos dois anos por causa de um problema nas costas recorrente, Agassi está determinado a não deixar nada impedi-lo de entrar pelos portões do All England Club no dia 26 de junho.

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